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quarta-feira, 1 de julho de 2009

MAUS-TRATOS CONTRA CRIANÇAS:ESSA ATITUDE REFLETE A ÍNDOLE DO AGRESSOR, O CAOS SOCIAL OU OS TRAUMAS VIVIDOS NO PASSADO?

De cada 150 casos analisados de violência contra crianças, 60% envolvem de recém-nascidos a pré-adolescentes de até 12 anos, vítimas de estupro, exploração e abuso sexual; 48% são de etnia branca; aproximadamente 60% frequentam escolas; 66% delas conhecem o agressor; e 60% dos casos ocorreram na casa da própria vítima. Os dados foram obtidos e divulgados recentemente, através de pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde. Em relação aos tipos de abuso, o estudo revelou que 44,7% das crianças violentadas no Brasil são vítimas de estupro; 33% de atentado violento ao pudor e 7% de atentado com penetração anal. Quanto ao agressor, 47% dos casos foram praticados por pessoas da própria família (intrafamiliar) e 46% por pessoas extrafamilares. Em 54% dos casos, quem fez a denúncia da agressão foi algum membro da própria família. Mas diferentemente do que a maioria imagina, crimes contra crianças, mesmo aqueles que têm a morte como resultado, não são uma particularidade dos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. América do Norte e Europa, nas últimas duas décadas, têm apresentado cada vez mais registros de violência contra crianças. Ainda assim, “é na América Latina onde ela se faz mais presente”, concluiu a pesquisa. O Brasil ajuda a corroborar a conclusão do estudo: É o país-líder em número de casos em toda a América. “Não podemos mais admitir que o Brasil tenha baixado a taxa de mortalidade infantil por doenças, mas ainda deixe milhares morrerem vítimas dos mais variados crimes”, desabafa a representante da Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier. Para os estudiosos, a ocorrência constante de casos de maus-tratos contra crianças é sempre um indício de que alguma coisa está errada há muito tempo. A violência, a partir desse ponto de vista, assume então característica de reação, não de ação. “O objetivo da maioria dos programas de combate à violência, portanto, não deve ser simplesmente combater a violência em si, mas sim as origens dela”, defendem. O raciocínio segue uma lógica: se combatida a ação, a reação será inteiramente anulada, e o equilíbrio social, restabelecido.


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