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quarta-feira, 31 de março de 2010

Grupo cristão conhecido como “Taleban do Texas” fecha casa de swing, igreja gay e boate de strip-teaseConhecidos como o “Taleban do Texas”, o grupo cr

Conhecidos como o “Taleban do Texas”, o grupo cristão Repent Amarillo (Arrependa-se Amarillo) vem trabalhando na cidade de Amarillo no coração do Cinturão da Bíblia no Texas.Visite: Gospel, Noticias Gospel, Videos Gospel, Musica Gospel

Depois de traçar um “mapa de guerrilha espiritual” com todos os estabelecimentos anticristãos de Amarillo – bares gay, casas de swing e strip-tease, grupos pagãos, ciganas que leem mão, igrejas que aceitam gays, shows de heavy metal – eles foram atrás dos ímpios com cruzes de madeira, cartazes, alto-falantes, e muita intimidação. Já conseguiram fechar a casa de troca de casais Route 66 e o bar de strip-tease Crystal Pistol. E sua campanha de intimidação resultou na demissão de pelo menos duas pessoas, denunciados pelo Repent Amarillo para seus empregadores.

O pastor David Grisham, que trabalha como segurança em uma fábrica de armas nucleares, é o líder do Exército de Deus Repent Amarillo. “Eu era um fornicador e adúltero”, diz Grisham. “Mas agora estou expondo todos os pecadores, vamos recuperar nossa cidade para Jesus Cristo.”

O grupo começou a atuar no final de 2008, época em que o presidente Barack Obama foi eleito. “Nosso país está se afastando de Deus, estamos nos transformando em uma sociedade devassa e Obama é sintoma disso”, diz Grisham.

Em sua cruzada contra pecadores, David é acompanhado de Tracy Grisham, sua quarta mulher, também uma “ex-adúltera confessa”, que trabalha como técnica de raio X no hospital de Amarillo. “Big” John Leinen, o terceiro da hierarquia, era de uma gangue.

O Repent Amarillo ficou famoso quando liderou uma campanha de boicote à candidata à prefeitura de Houston Annise Parker. Perderam a batalha: Annise tornou-se a primeira lésbica assumida a governar uma grande cidade americana.

Mas eles conseguiram acabar com a vida de Monica e Mac Mead, donos do clube de swing Route 66. Monica é uma avó de 47 anos, casada há 12 anos com Mac, motorista de caminhão. Ela e o marido promoviam festas de troca de casais (popularmente conhecido como swing) no Route 66. Eram todos moradores de Amarillo, caminhoneiros, taxistas, professoras primárias e donas de casa de meia idade.

Russell Grisham, filho de David de 20 anos que já foi condenado por pirataria na internet, postou nomes e fotos dos participantes do clube de swing. Eles anotaram as placas dos veículos de frequentadores e começaram a ligar para o local de trabalho das pessoas e denunciá-las. “O senhor sabia que o seu funcionário participa de um grupo de troca de casais?” Dois foram despedidos.

Exposição era tudo o que os frequentadores da casa de swing não queriam nesta cidade ultraconservadora. “Aqui, todo mundo é republicano, tem armas e não se anda dois quarteirões sem ver uma igreja”, diz a advogada Cristal Robinson. Em 2008, o republicano John McCain obteve quase 80% dos votos na região onde fica Amarillo, o Texas Panhandle. Aqui, uma das principais indústrias é “venda de fianças com desconto”, todo mundo fuma em tudo quanto é lugar e não se vende remédio de resfriado sem receita médica, porque os ingredientes são usados para fabricar a droga meta-anfetamina.

“Amarillo é uma cidade conservadora?”, perguntou o Estado ao taxista Ray Cushin. “De jeito nenhum, agora está cheio de casamento interracial, um absurdo. Um monte de mulher branca casando com negros.”

Revelação. Cristal é uma das poucas pessoas da cidade a defender abertamente as vítimas do Repent Amarillo e está processando o grupo por “arruinar a empresa” de Monica e Mac. A filha de Monica ficou sabendo do “estilo de vida” da mãe após o caso aparecer no noticiário local. Ela nunca mais falou com a mãe. Monica não vê seus quatro netos há mais de seis meses. “Minha vida tornou-se muito solitária”, disse Monica. Ninguém mais aluga o Route 66 para festas e ela declarou falência.

O Repent Amarillo animou-se com o fechamento do Route 66. “Era o troféu da imoralidade em Amarillo, que foi exposto e morreu”, disse Grisham. No ano passado, eles conseguiram impedir a exibição da peça Bent, sobre perseguição de homossexuais na Alemanha nazista. Na véspera da estreia, ligaram para os bombeiros e denunciaram a falta de uma licença no estabelecimento.

Em novembro, depois de muitos protestos em frente ao bar de strip-tease Crystal Pistol, denunciaram irregularidade na licença do estabelecimento, que foi fechado.

A polícia não faz nada já que o Repent Amarillo está exercendo seu direito à livre expressão. “A Primeira Emenda está viva em Amarillo”, diz Marcus Norris, secretário de Justiça da cidade. “Já defendi casos de Primeira Emenda, mas isso não é intimidação”, diz Cristal.

Diante do impasse, alguns moradores já pensam em formar milícias para defender-se. “Todo gay de Amarillo deveria ter uma arma, para se proteger”, diz Roy Rhyne, que trabalha no hospital batista, é gay e já foi assediado pelos extremistas.

Yvelise de Oliveira, dona do Grupo MK, escreve crônica sobre a morte de seu filho. Leia na integraYvelise de Oliveira, dona e diretora do Grupo MK, es

Yvelise de Oliveira, dona e diretora do Grupo MK, escreveu uma crônica especial sobre a morte de seu filho Benoni de Oliveira.Visite: Gospel, Noticias Gospel, Videos Gospel, Musica Gospel

A morte aconteceu a cerca de dois meses em um acidente de avião no Rio de Janeiro. Junto com Benoni estava Sergio Menezes, marido de Marina de Oliveira, filha de Yvelise.

A crônica se chama “A morte entrou pela porta e sentou na minha sala”. Yvelise, além de diretora, escreveu o livro Janelas da Memória lançado MK Editora. Confira a crônica na integra:

Dona Morte entrou pela porta da minha casa e se instalou confortavelmente em algum dos meus sofás.

“Essa senhora sinistra” começou com o meu jardim.

A casa foi feita para o jardim. Toda cercada de flores coloridas, as singelas “Marias sem vergonha” abraçavam tudo como em um buquê. Por dentro da casa e pelo lado de fora junto dos muros o colorido das flores, na rua, aconchegavam a frondosa amendoeira em um abraço carinhoso em frente à casa.

Mas as plantas foram morrendo sem motivo e o jardim todo florido foi ficando sem vida e sem cor…

Se foi o sol, o calor, muita água, o jardineiro mesmo não sabia dizer… Mas lutei. Comprei terra adubada e centenas de mudas de “Maria sem vergonha”, lilases, grama inglesa. Enfim, plantei tudo de novo, mas o jardim nunca mais foi o mesmo. Minhas orquídeas morreram aos montes no orquidário branco que fiz para cuidá-las. Amo plantas.

Indo mais fundo, Dona Morte matou minha gata Sara. A porta foi esquecida aberta e ela pulou para a casa da vizinha – morreu na hora. Os cachorros quebraram seu frágil pescocinho.

Lamentei por dias sua morte e chorei sentida a sua falta.

Mas a gente não sabe o futuro e esperei sempre que tudo fosse melhorar.

Sem doença, sem nada, a mãe do meu marido, D. Margarida, morreu. Uma morte serena. Dormiu e não acordou. Sua jornada tinha acabado.

Foi uma tristeza grande. O consolo ficou apenas na suavidade com que Dona Morte agiu.

Assim que a gente começa a respirar mais aliviado, o consolo vem vindo, porque minha sogra viveu 91 anos, jovial e saudável.

Nesse ano que passou nós a vencemos quando meu marido teve um câncer e pensei que iria perdê-lo. Mas a mesma fé que o curou completamente não consegui tirar o medo que veio morar dentro de mim.

Logo eu, tão segura, tão confiante, tão cheia de planos, passei a temer o confronto com ela: a “Sinistra Senhora”.

Depois passei a desconsiderá-la: “Não. Já perdi gente demais, um filho pequeno , minha mãe, meu pai, minha amiga querida. Perdas que fazem parte da vida quando se é jovem.”

Mas Dona Morte instalou-se. Minha casa grande, branca e bela tornou-se sua morada predileta.

Em um sábado de céu azul e o sol brilhando, um dia tipicamente carioca, a família se reuniu para almoçar. Na mesa, sorriso e comida farta, muito papo jogado fora.

Benoni, meu filho, tinha agora um novo hobby: voar de ultraleve, um avião monomotor.

Todos já tinham voado com ele: meus netos, sua esposa, meu marido e as centenas de amigos que ele, com seu jeito de menino grande e coração doce, conquistava.

Nesse sábado, ele me convidou animado: “Vamos, mãe, vamos voar, é lindo. A gente se sente um pássaro”. Emocionava a forma como ele descrevia o vôo, uma aventura única, um prazer indescritível. Ver o Rio assim, de cima, sua cidade que ele tanto amava.

Vou enjoar, respondi, acabei de almoçar. Vou amanhã, eu prometo.

Meu genro, um jovem homem amável e tranquilo, nada dado a aventuras perigosas disse: “Eu vou. Vou fotografar todo o Rio, o Cristo. O dia está claro como cristal”.

Meu genro era um grande fotógrafo, tinha uma visão artística peculiar de luz e sombra.

Assim os dois saíram rindo felizes. O Sérgio, meu genro, com sua máquina super Nikon pendendo do pescoço. Alto, magro e sorridente como seu cunhado. Eram muito diferentes, mas tinham em comum a camaradagem.

Nesse dia claro e cheio de sol, Dona Morte resolveu dar um golpe fatal.

Enquanto o dia ia findando e o sol tornava o céu rosa em tons de púrpura e lilás, meu filho foi aterrizar seu avião, pequeno, leve como um brinquedo mortal.

O vento, sim, o vento que ele tanto amava virou o avião. Caíram na lagoa e morreram os dois na mesma hora.

Tantos planos, tantos sonhos, tanta juventude assim cortada, desperdiçada.

Morto meu filho, os bombeiros o tiraram da lagoa, o coloquei no meu colo. Pareceu dormir. Tão lindo.

Um garrote me apertou a alma. Uma dor assim não se limita, não se escreve, não se consegue sabotar.

Perplexa, vi que era verdade… Meu filho amado, meu filho morto, em meus braços eu embalei.

A dor é muito particular, íntima e, para mim, incurável. Não vou superar, já estou velha, cansada. Vou apenas suportar enquanto der, lutando para preservar a minha fé, manter o meu coração em Cristo, desejando que Deus permita que meu tempo aqui na Terra não seja tão longo.

Como não pude te dizer, meu Deus: Ainda não, ainda não. E rogar: Por favor, não o deixe ir agora. Não me lance nessa noite tenebrosa.

Yvelise de Oliveira

Igreja levanta milhões de dólares em carros, brindes e prêmios para concurso e pregação na PáscoaBay Area Fellowship, a maior igreja de Corpus Christi

Bay Area Fellowship, a maior igreja de Corpus Christi, Texas (EUA), está oferecendo televisores de LCD, skates, guitarras Fender, móveis para a casa e 15 carros nos cultos de Páscoa deste ano.Visite: Gospel, Noticias Gospel, Videos Gospel, Musica Gospel

E mesmo aqueles que não ganharem os prêmios vão receber algo. A igreja reuniu donativos para 15.000 vales presentes no valor de U$ 300 dólares em mercadorias e serviços gratuitos.

“Nós vamos dar alguns prêmios e dizer: ‘imagine o quão feliz o céu vai estar se você se sentir animado ao ganhar um carro’, disse o pastor Bil Cornélio. “É completamente de graça. Tudo o que você tem a fazer é recebê-lo”.

Ele espera que o prêmio vá ajudar a igreja a atrair algumas pessoas que não costumam ir à igreja ou aqueles que têm desviado em sua fé. “Muita gente não vai aos cultos da Páscoa porque eles pensam: ‘eu não tenho sido uma pessoa boa’”, disse Cornélio. “Você não tem que ser ‘bom’ para vir à igreja”.

Os prêmios são entendidos como uma metáfora para a mensagem de Páscoa que o pastor Cornélio chama de a dádiva suprema. Assim como os prêmios são gratuitos para os vencedores, o céu também é. Mas alguém tinha que pagar primeiro para todos os carros, móveis e televisores, como Jesus pagou pelos pecados do povo.

“A oferta final é que Jesus deu sua vida por nós”, disse Cornélio. “Quando nós pensamos sobre o espírito de dar, sempre pensamos sobre o Natal. Mas realmente o espírito de dar é a Páscoa”.

Cornelius é um pastor com cabelo espetado e que usa calça jeans. Ele tem feito algumas críticas descontraídas. Alguns dizem que a sua banda de rock n ‘roll e grande porte altivo anda muito longe da verdadeira mensagem de Jesus.

O Pastor Cornelius sabe que será criticado por sua ideia. “Sabemos que é não-convencional”, disse ele. “Nós sabemos que algumas pessoas de fé não vão concordar com isso”.

Michael Emerson, professor de sociologia na Universidade Rice e co-diretor do Instituto de Pesquisa Urbana, disse que nunca tinha ouvido falar de nada assim antes. “Eu nunca tinha ouvido falar disso, não a esse extremo”, disse Emerson. “Isso é surpreendente”.

“Outra crítica do movimento é que eles são extremamente confortáveis com a sociedade de consumo”, disse Emerson, “visto que alguns crentes diriam: ‘isto não é quem era Jesus, isso não foi o que ele ensinou”.

Cornelius também não tem conhecimento da oferta recebida. Mas sabe-se que a Igreja Lakewood, em Houston, conduzida por Joel Osteen, doou 57.000 dólares em jogos de vídeo game na última Páscoa. Outra pequena igreja em Ohio tem planos de doar US $ 500 a um membro e um convidado para esta Páscoa.

Na semana passada, os voluntários da igreja estavam ocupados fazendo uma lista especificando os carros e montando as bicicletas. Eles tiveram que cortar um grande espaço na parte traseira da capela para os carros para passarem durante os cultos de Páscoa.

A igreja levantou todas essas doações em duas semanas. A ideia começou em uma reunião com os membros na igreja Crossing em Elk River, Minnesota. O pastor Eric Dykstra estava planejando uma série que chamou de “caminho da alegria”, sobre a alegria que Jesus pode trazer. Ele queria usar um carro no palco para ilustrar sua ideia.

“Como parte da série, nós pensamos que deveríamos doar um carro”, disse Dykstra. “Nós estávamos sentados em uma reunião e pensei ‘por que não?’”

A igreja Crossing conseguiu adquirir muitos carros novos, em sua maioria doados por uma concessionária mais um pouco de dinheiro levantado pelos membros. O pr. Dykstra faz parte de um grupo de jovens pastores pastoreados por Cornelius. Dykstra mencionou a ideia do carro para Cornélio durante uma reunião de algumas semanas atrás.

“Ele me chamou e disse: ‘eu acho que vamos obter vários carros’”, disse Dykstra. Ele foi inspirado a tentar recolher mais prêmios para seus membros, mas não espera superar Cornélio e a igreja Bay Area.

“Ele gostou da ideia”, disse Dykstra rindo. “Não é realmente uma competição. É mais como ele vai ganhar”.

Cornelius pediu aos membros da igreja para oferecerem serviços e colocar na forma de “vale serviço” duas semanas atrás. A resposta já foi positiva. O plano foi promovido como uma dádiva de US $ 1 milhão, mas o valor real vai ser muito maior. Os 15.000 vales só valerão 4,5 milhões de dólares se todos os bens e serviços forem trocados. Os cupons não têm nenhum valor em dinheiro.

“Nosso povo tem sido incrivelmente generoso”, disse Cornélio. Entre os 15 carros – todos usados, mas com baixa quilometragem – há um Audi A4, Jeep, Chevrolet Aveo, Mazda RX8, Volkswagen Jetta, duas BMWs, Chevrolet Avalanche, Jaguar e dois eclipses Mitsubishi.

César Torres, proprietário da LoFi Motors em Ayers Street, é um membro da Bay Area e voluntário do ministério das crianças. “O Cornelius não disse se o carro teria que ser novo ou velho”, disse Torres. “Tenho certeza que ele pensou que seria algo que eu não poderia vender o meu lote”.

“Alguns dos carros foram doados por comerciantes, como Torres, e os outros foram comprados com o dinheiro doado pelos membros. Os carros foram comprados em leilões por causa dos baixos preços”, disse Cornélio.

A loja de móveis Wilcox também fez uma grande doação de conjuntos de quarto, poltronas e outros móveis. George Moore, dono da loja, estima que o valor total da mercadoria seja entre US $ 12.000 e $ 16.000.

Moore e sua família freqüentam a Bay Area e ele acredita na missão da Igreja para chegar à igreja. “Esperamos que o vencedor seja uma pessoa que nunca esteve em uma igreja antes, ou talvez uma pessoa que está sofrendo de algum tipo de vício ou que tenha algum tipo de problemas em sua vida. Talvez eles estejam passando por um divórcio. O que nós queremos fazer é levantar essas pessoas”.

A igreja recebeu também a doação de um iPod. Alguns doadores não são membros.

“Nós estamos lucrando com a boa vontade da igreja nos últimos 12 anos na comunidade”, disse Cornélio. “E eu não quero trazer prejuízo dentro da igreja. Quero abençoá-los dando-lhes algo de volta”.

Líderes da Bay Area esperam que a frequência da igreja aumente – entre 15.000 e 20.000 pessoas – para os cultos de páscoa. Um carro será doado em cada culto na igreja principal e um em cada uma das congregações em Kingsville, Calallen, San Marcos e Alice.

Uma congregação será aberta no domingo de Páscoa. Não haverá sorteio de carro, mas de entre 200 e 300 bicicletas para crianças.

Os vales-presentes irão incluir cupons para bens e serviços doados por empresas locais, tais como bilhetes de Corpus Christi Hooks, uma noite gratuita na plataforma de embarque Pooch, uma avaliação quiroprática grátis e uma sessão de fotografia profissional. Cornélio não permitiu cupons de descontos, apenas prêmios gratuitos.

“Nós realmente fizemos questão de que isso acontecesse”, disse ele. O concurso tem algumas regras. Somente pessoas com idades até 16 anos poderão colocar seus nomes em um sorteio de prêmios grandes. Pessoas com mais de 18 anos não podem se inscrever para ganhar um carro. O Estado exige que se faça um seguro de carro que a pessoa ganhadora possa adquiri-lo, então terá um agente de seguros no local.

O ministério de crianças irá doar prêmios apropriados para a idade. Cornélio disse que espera que os prêmios sejam ganhos por pessoas que realmente precisam. “Eu não ficaria surpreso se alguém que ganhar doá-lo para alguém que precisa mais”, disse. O pr. Cornélio fez questão de reforçar que “muita gente não vai aos cultos da Páscoa porque eles pensam: ‘eu não tenho sido bom”. Não é isso que se trata. Você não tem que ser ‘bom’ para vir à igreja”, disse.

Marina Silva – A missionária consagrada da Assembléia de Deus e a candidata a presidente do BrasilA senadora Marina Silva (AC), pré candidata do PV (4

A senadora Marina Silva (AC), pré candidata do PV (43) nas eleições à presidente do Brasil, vai assistir neste ano, pela primeira vez, à encenação da Paixão de Cristo em Nova Jerusalém (PE), espetáculo tradicional no estado, que reúne 460 artistas em teatro aberto e 8 mil espectadores. Eventos como esse ganham espaço na agenda da parlamentar, que recebe, em média, 150 convites por mês para participar de palestras. Além de encontros com empresários e universitários, Marina realiza reuniões com grupos religiosos.Visite: Gospel, Noticias Gospel, Videos Gospel, Musica Gospel

Marina Silva é missionária consagrada, um dos cargos mais elevados na hierarquia da Igreja Assembleia de Deus.

Integrante da Assembleia de Deus, Marina faz parte de um universo de 26,1 milhões de evangélicos —15% da população. O número é do Censo do ano 2000, estatística mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse universo, 8,5 milhões (5%) são assembleianos, maior fatia dentre as igrejas evangélicas. Católicos, segundo o instituto, continuam sendo maioria no Brasil: 73% dos brasileiros seguem a denominação.

O vereador carioca Alfredo Sirkis, um dos coordenadores da campanha de Marina, afirma que a comunidade cristã é um dos eleitorados mais visados pelo partido. “É um segmento (1)propício a votar nela. Há um esforço nesse sentido (de realizar encontros com grupos religiosos).” Esse grupo, ressalta o vereador, ainda possui uma extensa e numerosa rede de contatos, seja por meio da internet, seja de canais de televisão e rádio próprios.

Pregações

Em encontro com grupos religiosos, a campanha eleitoral e a atuação no Congresso Nacional não entram na pauta, afirmam assessores da senadora. Marina é convidada para fazer palestras e pregações sobre a relação entre o meio ambiente e os ensinamentos do texto bíblico — a pauta ambiental é uma das principais bandeiras da candidatura da senadora. Esse foi o tema, aliás, de palestra dada em fevereiro pela ex-ministra do Meio Ambiente, em aula inaugural de uma escola bíblica presbiteriana de Brasília. O evento, cujo título foi Espiritualidade cristã e meio ambiente, reuniu cerca de 500 jovens e adultos na sede da Igreja Presbiteriana Nacional, na Asa Sul. O pastor Marco Antônio Baumgratz, que coordenou o evento, ressalta que a igreja não apoia um determinado candidato e que o convite foi feito pelo histórico da senadora em defesa da causa ecológica. “Não é porque não fazemos política no púlpito que vamos impedir uma irmã de falar”, ponderou.

Ecumênica e tecnológica

Em Cuiabá, na semana passada, Marina também cumpriu agenda religiosa. A senadora teve uma reunião com daimistas, espíritas, católicos e praticantes de umbanda. O tema do encontro ecumênico foi a responsabilidade cidadã com o meio ambiente. Em abril, a pré-candidata do PV tem palestras agendadas com católicos. Na próxima semana, em Pernambuco, participa ainda de teleconferência durante encontro nacional de mulheres presbiterianas.

Ninguém abre mão

De formação católica — quando jovem, pensou em ser freira —Marina passou a frequentar a Assembleia de Deus há treze anos. Com a saúde abalada por diferentes tratamentos de saúde para combater efeitos de doenças do passado, como malária e leishmaniose, Marina foi apresentada a um pastor da igreja Assembleia de Deus.

Passou a frequentar a igreja e a dedicar mais tempo à leitura bíblica. Há cerca de três anos, tornou-se missionária consagrada, cargo mais elevado entre as mulheres na hierarquia da Igreja. Acompanhada do marido, Marina costuma ir ao culto aos domingos, com o cuidado de chegar um pouco depois do inicio da celebração para evitar tumulto. “A frequência dela é bem acima do que se pode esperar de uma pessoa com os encargos que ela tem”, elogia o pastor Sóstenes Apolos, presidente da Igreja da ex-ministra.

Dilma e Serra

Católica, mas não praticante, a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, também já ensaiou movimentos para se aproximar de grupos religiosos. Em setembro, participou de cerimônia na sede provisória da Presidência para sanção da lei que cria o dia nacional da marcha evangélica. Na ocasião, o casal Estevam e Sônia Hernandes, da igreja Renascer em Cristo, rezou pela saúde da ministra. Naquele mês, o oncologista responsável pelo tratamento de Dilma contra um câncer linfático afirmou que não havia mais evidência da doença.

Em outubro, Dilma participou de missa na Igreja do Bonfim, em Salvador. A pré-candidata do PT participaria ainda do Círio de Nazaré, em Belém. Assim como Dilma, o pré-candidato do PSDB, José Serra, também é católico. O nome do tucano, na verdade, é uma homenagem a São José. Segundo assessores de Serra, o governador ainda não tem agenda para a semana santa.

terça-feira, 30 de março de 2010

As 10 pragas do Egito – Cientistas comprovam a existência, mas dizem que foram uma cadeia de coincidências

Pesquisadores acreditam terem encontrado evidências dos verdadeiros desastres naturais das dez pragas do Egito, que levou Moisés a libertar os israelitas da escravidão no livro bíblico Êxodo.
Mas ao invés de explicá-los como decorrentes de um ato de Deus, os cientistas afirmam que as causas das pragas podem ser atribuídas a uma cadeia de fenômenos naturais provocados por mudanças no clima e as catástrofes ambientais que aconteceram há centenas de quilômetros de distância.

Eles compilaram evidências convincentes que oferecem novas explicações para as pragas bíblicas, que será apresentada em uma nova série a ser transmitida no canal de televisão Nacional Geographic no domingo de Páscoa.

Os arqueólogos acreditam amplamente que as pragas ocorreram numa antiga cidade de Pi-Ramsés no Delta do Nilo, capital do Egito durante o reinado do faraó Ramsés, o Segundo, que governou entre 1.279 aC e 1.213 aC.

A cidade parece ter sido abandonada há 3.000 anos atrás e cientistas afirmam que as pragas poderiam oferecer uma explicação para este abandono. Climatologistas que estudaram o clima antigo descobriram uma mudança drástica no clima da região, que ocorreu no final do reinado de Ramsés, o Segundo.

Ao estudar estalagmites em cavernas egípcias, os climatologistas foram capazes de reconstruir um registro dos padrões de tempo usando os traços de elementos radioativos contidos na formação calcária.

Eles descobriram que esses fatos coincidiram com o reinado de Ramsés. Antes havia um clima quente e úmido, mas depois o clima mudou para um período de seca.

O professor Augusto Magini, paleoclimatologista no instituto da Universidade de Heidelberg para a física do ambiente, disse que o “Faraó Ramsés II reinou durante um período muito favorável climáticas. Houve muita chuva e seu país floresceu. Este período úmido durou apenas algumas décadas. Após o reinado de Ramsés o clima faz uma curva acentuada para baixo em um gráfico. Há um período de seca, que certamente teria tido consequências graves”. Os cientistas acreditam que este parâmetro no clima foi o ponto de partida para a primeira das pragas.

O aumento das temperaturas poderia ter feito o rio Nilo secar, transformando o rio que flui rápido (que foi salva-vidas do Egito) em um movimento lento e cursos de água lamacenta.

Estas condições teriam sido perfeitas para a chegada da primeira praga, que na Bíblia é descrita como o Nilo voltando-se para o sangue.

O dr. Stephan Pflugmacher, biólogo do Instituto Leibniz de Água Ecologia e Pesca Interior, em Berlim, acredita que esta descrição poderia ter sido o resultado de uma alga tóxica de água doce. Ele disse que a bactéria, conhecida como Borgonha ou algas Blood Oscillatoria rubescens é conhecida por ter existido há 3.000 anos e ainda hoje provoca efeitos semelhantes.

“Ela se multiplica maciçamente no movimento lento das águas quentes com altos níveis de nutrição. E quando morre deixa manchas vermelhas na água”, disse.

Os cientistas também afirmam que a chegada deste conjunto de algas em movimento acarretou a chegada da segunda, terceira e quarta pragas – rãs, piolhos e moscas.

O desenvolvimento de girinos em adultos é regulado por hormônios que podem acelerar o seu desenvolvimento em tempos de estresse. A chegada das algas tóxicas teriam desencadeado tal transformação e forçou os sapos a deixarem a água em que viviam.

Com a morte das rãs, os mosquitos, moscas e outros insetos teriam se multiplicado por causa da falta de predadores. Esse fato, de acordo com os cientistas, poderia ter ocasionado a quinta e sexta pragas – gado doente e furúnculos.

“Nós sabemos que muitas vezes os insetos portadores de doenças como a malária provocam uma reação em cadeia, que é o surto de epidemias, fazendo com que a população humana fique doente”, explicou o professor Werner Kloas, biólogo do Instituto Leibniz.

Outra grande catástrofe natural que ocorreu a mais de 400 quilômetros de distância pode ser a responsável por desencadear a sétima, oitava e nona pragas, que trazem granizo, gafanhotos e trevas para o Egito.

Uma das maiores erupções vulcânicas da história da humanidade ocorreu quando Thera, um vulcão que fazia parte do arquipélago mediterrâneo de Santorini, ao norte da ilha de Creta, explodiu há cerca de 3.500 anos atrás. Essa erupção “vomitou” milhões de toneladas de cinzas vulcânicas na atmosfera.

Nadine von Blohm, do Instituto de Física Atmosférica da Alemanha, fez experiências sobre como se forma o granizo e acredita que as cinzas vulcânicas podem ter relação com trovoadas no Egito para produzir tempestades de granizo.

O dr. Siro Trevisanato, biólogo canadense que escreveu um livro sobre as pragas, disse que os gafanhotos também poderiam ser explicados pela vulcânica cair fora das cinzas.

“A queda de cinzas para fora do vulcão causou anomalias climáticas, que se traduz em precipitações mais elevadas e maior umidade. Isso é exatamente o que favorece a presença dos gafanhotos”, disse.

As cinzas vulcânicas também poderiam ter bloqueado a luz do sol realizando a história de uma praga da escuridão.

Os cientistas encontraram pedra-pomes, a pedra feita de arrefecimento de lava vulcânica, durante as escavações das ruínas do Egito, apesar de não haver qualquer vulcão no Egito.

A análise das rochas mostram que ela veio do vulcão de Santorini, fornecendo evidências físicas de que a precipitação de cinzas da erupção em Santorini atingiu a costa egípcia.

A causa da última praga, a morte dos primogênitos do Egito, tem sido sugerida como sendo causada por um fungo que pode ter envenenado o abastecimento de grãos, dos quais meninos primogênitos teriam prioridade em receber os alimentos da colheita, por isso foram a primeira vítima.

Mas o Dr. Robert Miller, professor de Antigo Testamento da Universidade Católica da América, disse: “Eu estou relutante em avançar com as causas naturais para todas as pragas”.

O problema com as explicações naturalista é que elas perdem o sentido. “E a questão toda é que você não saiu do Egito por causas naturais. Você veio pela mão de Deus”, disse.

Pascoa? Ovos de Pascoa? Verdades e mentiras sobre a comemoração do dia da ressurreição de Cristo

Quando você pensa em chocolate, bacalhau e coelho que comemoração te vem à mente? Com certeza você se lembrou da Páscoa. Conhecida mundialmente como uma festa cristã, ela é mais antiga do que se imagina, sendo comemorada muitos anos antes do nascimento de Jesus Cristo e por diversos povos da antiguidade.

A Páscoa, como conhecemos hoje (com ovos de chocolate, alusão ao coelho, etc) modelou-se com o passar dos anos, mas tem como principal influência a Páscoa Judaica. Antes de Jesus morrer na cruz e ressuscitar era este o tipo de Páscoa comemorada. Portanto, Páscoa cristã e judaica são diferentes, mas é a partir da festa judaica que os cristãos comemoram a ressurreição do Salvador.

Para os judeus a páscoa significa “passagem”, por isso o nome da festa é Pessach (passagem). De acordo com a tradição judaica, a primeira celebração de Pessach ocorreu há 3500 anos, quando o Senhor enviou dez pragas sobre o povo do Egito. Antes da décima praga, – que seria a morte dos primogênitos das famílias egípcias - Moisés foi instruído por Deus a pedir que cada família hebréia sacrificasse um cordeiro e molhasse os umbrais (mezuzót) das portas, para que seus primogênitos não fossem exterminados.

Quando anoiteceu as famílias comeram a carne de um cordeiro sem mancha, pães sem fermento e ervas amargas. Depois um anjo, enviado por Deus, matou todos os primogênitos egipícios. Depois deste episódio Faraó libertou os hebreus da escravidão. Como memória desta libertação foi instituído para todas as gerações de judeus a celebração da festa de Pessach, como forma de lembrar o favor de Deus.

Pessach, então, significa a passagem do Senhor através de seu mensageiro, o anjo. Depois foi acrescentado a esta concepção a passagem dos hebreus pelo Mar Vermelho, confirmando a sua libertação. Os judeus comemoram até hoje os valores que a história narrada no livro de Êxodo: liberdade, justiça e reinício do ciclo da vida.

Para os cristãos a Páscoa tem um significado semelhante, é a comemoração da passagem de Jesus da morte à ressurreição. Os primeiros cristãos passaram a comemorar a Páscoa, como conhecemos hoje, porque viram uma relação entre a libertação do povo de Deus no Egito e a libertação da morte para a vida, pregada por Jesus.

Outro motivo para que a grande festa cristã tenha o mesmo nome da festa judaica deve-se à Paixão de Cristo ter acontecido no início do Pessach. Então a última ceia teria sido um Seder, o jantar realizado na véspera do início da Páscoa judaica.

Embora as duas festas tenham o mesmo nome não ocorrem na mesma data. A Páscoa cristã é comemorada no primeiro domingo de lua cheia depois do equinócio de primavera (de outono, no hemisfério sul). Já as comemorações da Páscoa judaica têm início na primeira lua cheia do mesmo equinócio. O início do Pessach e a Páscoa cristã podem cair no mesmo dia, mas isso dificilmente ocorre.

A Páscoa de outros povos

Vários povos da antiguidade comemoravam uma espécie de Páscoa. Porém normalmente eram festas pagãs em homenagem aos seus deuses ou a comemoração da chegada da primavera. Atualmente a Páscoa cristã é a mais comemorada.

Em março de 250 a.C, em Roma, era celebrada uma festa religiosa, em que o protagonista era um ser meio homem, meio deus, filho de uma virgem e que ressuscitava todo ano. Essa festa era uma homenagem à deusa Réia ou Cibele e ao Attis, a pessoa que ressuscitava. Para o povo egípcio era uma festa para o deus Osíris, que também ressuscitava.

A partir do século IX, com a conversão do povo germânico ao cristianismo, alguns símbolos das festividades pagãs foram incorporadas na festa cristã. Este é o caso do coelho, que era a representação da deusa da primavera entre os povos bárbaros. Ainda hoje, Páscoa é chamada Ostern em alemão e Easter em inglês – derivações do nome da deusa Eostre.

Essa relação do coelho com a fertilidade foi mal interpretada por ingleses até meados do século XX. Durante a festa fazia-se brincadeiras eróticas, como levantar uma mulher três vezes para ganhar um beijo.

A tradição dos ovos de páscoa

Na maioria dos povos, desde as mais remotas épocas, o ovo é símbolo de nascimento e ressurreição. Diz a lenda que Simão, o cirineu que ajudou Jesus a carregar a cruz ao Calvário, era vendedor de ovos. Ao voltar para casa, depois da crucificação, percebeu que os ovos estavam todos milagrosamente coloridos feito um arco-íris. Já o coelho era o símbolo da fertilidade no Antigo Egito. Não foi difícil, portanto, escolher para a Páscoa um símbolo que fosse popular e facilmente reconhecível. Assim, o coelho esconde ovos coloridos em ninhos, para que as crianças possam procurá-los, como presente de Páscoa.

Marina Silva diz que mulheres que fazem aborto não podem ser satanizadas

O sistema de saúde pública no Brasil vive uma grave crise, segundo a senadora Marina Silva, pré-candidata à Presidência da República pelo PV.
“Temos graves problemas de saúde, um colapso, e os prefeitos não sabem exatamente o que fazer”.

A senadora deu a declaração no último sábado, 27, em Araraquara (SP), onde participou de um encontro estadual de mulheres do PV. Indagada sobre o debate nacional em torno do aborto, Marina disse que o assunto ainda deve ser melhor analisado.

“Precisam ser avaliados aspectos sociais, espirituais e muitos outros. Todos sabemos que as mulheres que fazem o aborto não o fazem porque querem. Se fez, foi em um momento de desespero e não podem ser satanizadas”, disse a senadora.

Para a senadora, a liberação do aborto – hoje considerado crime previsto no Código Penal, com pena de um a três anos de detenção – não cabe ao presidente. Se for eleita, a pré-candidata do PV deve propor um plebiscito para que a sociedade decida.

Marina não sabe ainda quando anunciará oficialmente sua candidatura. O mais provável é que aguarde as reuniões do partido no meio do ano. Por enquanto ela participa de debates internos, para a reformulação do programa do PV, ao mesmo tempo em que dialoga com assessores mais próximos a respeito do provável programa de governo.

Lista dos “10 maiores inimigos dos gays” tem Magno Malta, Silas Malafaia e outros evangélicos. Confira a lista completa

O site gay Cena G, do portal Terra, publicou na semana passada, uma lista com os 10 maiores inimigos dos gays, segundo o veículo. Da relação, constam pelo menos seis evangélicos. Entre os “inimigos” também está o BBB Marcelo Dourado, além de famosos evangélicos do meio político e outros nomes sempre ligados aos direitos dos cristãos.
O site tratou os evangélicos listados como se fossem pessoas ruins pelo fato de não compactuarem com as opiniões deles.

Leia a matéria do site gay abaixo:

Da mesma forma que as ONGs e veículos de comunicação do exterior, apresentamos uma lista com as 10 pessoas que são publicamente contra os homossexuais e que de alguma forma expressaram homofobia. A lista está repleta de políticos, principalmente parlamentares ligados a igrejas evangélicas.

Quem encabeça a lista é o senador Magno Malta (PR-ES), que afirmou que o movimento gay quer criar um império homossexual e que ser gay é pecado. Magno Malta faz vista grossa no Senado para os projetos que apoiam os gays. O senador é o responsável maior pelo trancamento de pautas importantes para os Direitos Civis dos homossexuais. Há 15 anos está no Congresso o projeto de lei que prevê a união estável de pessoas do mesmo sexo e há quatro anos tramita uma lei que criminaliza a homofobia e equipara o preconceito contra lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros ao preconceito racial.

Confira a lista e a razão de cada inclusão:

1º – Magno Malta – Senador capixaba, opositor ferrenho do projeto de lei que equipara a homofobia ao racismo.

2º – Silas Malafaia – Pastor da Assembléia de Deus, que mantém um blog em que ofende e chama homossexuais de abominações.

3º – Walter Brito Neto – Deputado Federal pelo PRB-PB que propôs um projeto de lei para impedir casais homossexuais que adotem crianças

4º – Bispo Rodovalho – Deputado pelo DEM/DF, promoveu uma manifestação contra a provação do PL 122 que prevê a criminalização da homofobia

5º – Júlio Severo – auto-intitulado ativista cristão. Em seu blog, promoveu calúnia contra ativistas gays e a intolerância, saiu do país em março de 2010, segundo seu blog para não responder a uma denúncia do MP

6º – Rosângela Justino – psicóloga que prega a terapia de conversão. Proibida de falar sobre seus métodos desde 2009, após sofrer Censura pelo Conselho Federal de Psicologia, pode ainda perder seu registro profissional

7º – Marcelo Crivella – Senador pelo PRB-RJ. Afirmou que a homossexualidade “é antinatural” e faz campanha contra leis que garantem direitos aos gays

8º- Roberto Requião – Governador do Paraná. Além de ofender os gays publicamente com brincadeiras de mau gosto, seu governo levou o estado a ser campeão de crimes contra homossexuais e não há nenhuma lei que combata o crime de ódio contra homossexuais no estado.

9º- Marcelo Dourado – do BBB10, disse que a lésbica Angélica deveria apanhar por ser abusada e por diversas vezes pregou a violência

10º- Juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho, da 9ª Vara Criminal de SP. Julgou em 2007 o caso Richarlyson e afirmou em sentença de arquivamento que futebol não era jogo para homossexuais e que gays deveriam fundar uma federação – o magistrado está Censurado desde 2008 pelo Tribunal de Justiça paulista.

Revista Época faz matéria especial sobre a Igreja Mundial do Poder de Deus e o Apóstolo Valdemiro Santiago. Confira na íntegra

A Revista Época, do Grupo Globo, realizou uma matéria especial sobre a Igreja Mundial do Poder de Deus e o Apóstolo Valdemiro Santiago, falando sobre a doutrina, polêmicas e história da denominação dissidente da Igreja Universal do Reino de Deus. A reportagem foi publicada na última edição da revista. Abaixo você confere na integra a matéria sobre a Igreja Mundial e Valdemiro Santiago. Todo o conteúdo é de responsabilidade da Revista Época, e não representa a opinião do Gospel+ e de mais sites associados.
Com promessas de cura e até de ressurreição, o apóstolo Valdemiro Santiago transformou sua Igreja Mundial num novo império evangélico.

– Uma das histórias que mais me impressionou (sic) foi de um homem que morreu. Como se diz no Nordeste, ele estava na pedra. A família já tinha recebido atestado de óbito. A filha dele chegou em mim na igreja, me abraçou e disse: “Se o senhor disser que ele está vivo, ele viverá”. O que houve ali foi pela fé dela. Comovido, respondi: “Então, está vivo”. Quando ela voltou para casa, estavam se preparando para velar o corpo e receberam a notícia de que o homem havia voltado à vida. Os médicos tentaram justificar, mas não conseguiram entender como o coração dele voltou a bater. Foi uma ressurreição.

O relato acima foi feito em 2009 pelo líder evangélico Valdemiro Santiago de Oliveira numa de suas raras entrevistas, concedida a uma publicação evangélica chamada Eclésia.

Alto, negro, extrovertido, de fala rouca cheia de erros de português e forte sotaque mineiro, Valdemiro, de 46 anos, é o criador, líder absoluto e autoproclamado “apóstolo” da Igreja Mundial do Poder de Deus. Caçula entre as neopentecostais, a igreja foi fundada em 1998, em Sorocaba, interior de São Paulo. Mineiro de Palma, região de Juiz de Fora, Valdemiro gosta de se definir como “homem do mato” ou “um simples comedor de angu”. Na pregação diária de bispos e pastores e no boca a boca de milhares de fiéis, é reverenciado como milagreiro. Além de afirmar ressuscitar os mortos, cultiva a fama de curar de aids, câncer, cegueira, surdez, tuberculose, hanseníase, paralisia, alergias, coceiras e dores em qualquer parte do corpo e da alma. Num domingo com três cultos, Valdemiro chega a apresentar mais de 30 testemunhos de cura. ÉPOCA tentou falar com Valdemiro durante dois meses. As solicitações foram feitas por meio de assessores e bispos e diretamente a ele, na saída de cultos. Em duas ocasiões, ele prometeu dar entrevista, mas nunca agendou.

Dissidência da Igreja Universal do Reino de Deus, a Mundial é a menos organizada das evangélicas. Seus templos têm instalações precárias. A pregação é classificada por alguns como “primitiva”. Há gritos, choros e performances espalhafatosas. Até suas publicações são visivelmente mais pobres que as das concorrentes. Apesar de fazer quase tudo no improviso, a Mundial já é considerada o maior fenômeno religioso do Brasil desde a criação da Igreja Universal, em 1977, sob a liderança do bispo Edir Macedo. Mais que isso, a Mundial começa a se firmar como ameaça ao império que a Universal ergueu no campo das neopentecostais.

Carismático, intuitivo, meio desafiador, meio fanfarrão, Valdemiro comanda uma estrutura que, de acordo com números da igreja, reúne 2.350 templos, cerca de 4.500 pastores e tem sedes em mais 12 países. Só em aluguéis de imóveis para cultos a Mundial gasta R$ 12 milhões por mês, segundo estima o diretor de compras da igreja, Mateus Oliveira, sobrinho de Valdemiro. Em número de templos, a Mundial superou duas de suas três concorrentes neopentecostais: a Internacional da Graça, do missionário R.R. Soares, e a Renascer, do casal Estevam e Sônia Hernandes. Nos últimos dois anos, a Mundial praticamente multiplicou por dez seu tamanho (em 2008, eram 250 templos). Mantido o atual ritmo de crescimento, ela ultrapassaria a Universal até 2012. A igreja de Edir Macedo afirma ter 5.200 templos e 10 mil pastores.

Uma característica nova na expansão da Mundial está naquilo que o sociólogo Ricardo Mariano, estudioso de religião na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, chama de “pescar no próprio aquário evangélico”. Estudos sugerem que a maior parte dos seguidores da Mundial veio de outras neopentecostais, principalmente da Universal. Poucos eram do meio católico, tradicional fornecedor de fiéis para denominações evangélicas. “Calculo que mais de 50% dos membros da Mundial saíram da Universal, uns 30% da Internacional da Graça e o resto das demais evangélicas ou outras religiões”, diz Paulo Romeiro, professor de teologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie e autor de um livro sobre a igreja.

Na cúpula da Mundial, a presença de ex-membros da Universal é expressiva. Estima-se que 90% dos bispos e até 80% dos pastores tenham sido formados por Edir Macedo. O próprio Valdemiro tem origem na Universal, onde atuou por 18 anos. O apetite com que a Mundial avança sobre a Universal aparece até na distribuição geográfica dos templos. Valdemiro tem predileção por instalar igrejas em imóveis que já foram ocupados pela Universal.

Parte do encanto de Valdemiro está na imagem messiânica que ele construiu em torno de si, contando histórias mirabolantes. A mais espetacular está no livro O grande livramento: ele descreve um naufrágio que sofreu em Moçambique em 1996, quando ainda era da Universal. Valdemiro diz que ele e três conhecidos foram vítimas de uma sabotagem, que fez a embarcação afundar a 20 quilômetros da costa. A partir daí, a história ganha ares cinematográficos.

Valdemiro na época pesava 153 quilos (anos depois, ele faria uma cirurgia de redução de estômago). Ele diz que deu os únicos três coletes aos colegas e começou a nadar a esmo. Diz ter nadado oito horas “contra forte correnteza”, “ondas gigantes” e cercado por “tubarões-brancos assassinos” e “barracudas agressivas”. Na travessia, prossegue sua narrativa, um pedaço de sua perna foi arrancado e seus olhos foram queimados por “águas-vivas gigantes”. Quando finalmente chegou à praia, diz ele, dormiu na areia e acordou nos braços de dois estranhos, “africanos seminus”. “Tive a clareza de que os anjos do Senhor haviam me visitado e me dado o livramento”, diz. Dos três companheiros, dois morreram e um foi resgatado. Na época, jornais noticiaram o naufrágio, mas muita gente na igreja duvidou do relato. Um bispo foi à África fazer uma sindicância, mas isso não sanou as dúvidas.

Valdemiro também conta outros três causos de “livramento”. Diz que, numa ocasião, caiu do 8º andar de uma obra, mas nada sofreu. Afirma também que, passeando de carro “na África”, uma bomba de um campo minado explodiu “arremessando nosso carro uns 3 metros para o alto”. Diz ainda que sofreu uma tentativa de assassinato, mas os “matadores profissionais” erraram os cinco tiros. “Assustados, jogaram o rifle para dentro do carro e fugiram”, afirma.
Fotos: Rogério Cassimiro

DINHEIRO - Na multidão, uma fiel dá R$ 20 à Mundial. Nos grandes cultos, as doações são recolhidas por mais de 200 voluntários (à esq.). Depois, as sacolinhas são entregues numa cabine improvisada, de onde saem malas cheias (à dir.)

Além dos “livramentos”, a Mundial ostenta ainda outras três distinções em relação às concorrentes. A principal é a ênfase na cura. Diferentemente da Universal, que cresceu preconizando o exorcismo, ou da Renascer, que concentra o foco na prosperidade, a Mundial promete soluções divinas para doenças terrenas. O discurso não é novo. Nos anos 50, milagres de cura eram o mote da Igreja do Evangelho Quadrangular e da igreja O Brasil para Cristo, de Manoel de Mello. Valdemiro remasterizou o tema. Para dar credibilidade ao discurso, às vezes recorre ao médico Wandemberg Barbosa, que sobe ao altar para dizer que a medicina não explica certos fenômenos. “Há casos que só podem ser milagres”, diz Barbosa. “Tomo cuidado com o que falo porque existe a fiscalização do CRM (Conselho Regional de Medicina), mas Valdemiro não provoca a descrença na medicina. Ele nunca manda ninguém interromper o tratamento.”

Outra característica que distingue a Mundial é a sacralização do suor. A cada culto, Valdemiro passa quase três horas no altar. Ali, ele grita, canta, ri, chora, pula, se ajoelha e sua. Sobretudo sua. Quando a reunião termina, seu suor é disputado pelos fiéis. Mais de 200 chegam a cercá-lo. Tremendo, chorando, eles usam toalhinhas fornecidas pela igreja para coletar alguma umidade. Depois, esfregam o pano no próprio corpo, em fotos ou documentos. “A valorização do suor, que ocorre com vários líderes da Mundial, é uma novidade completa entre os protestantes”, diz o sociólogo e teólogo Ricardo Bitun, da Universidade Mackenzie. “Valdemiro é corajoso ao permitir que o público toque em seu corpo. Nenhum outro líder evangélico faz isso”, afirma o sociólogo Antônio Flávio Pierucci, da Universidade de São Paulo (USP).

O terceiro elemento distintivo da Mundial é a composição de uma cúpula majoritariamente negra. Os bispos Josivaldo Batista, o segundo na hierarquia, e Roberto Damásio, o terceiro, também são negros. Valdemiro fala com orgulho sobre a presença de negros na direção da igreja. E afirma já ter sido discriminado por sua cor. Eis o que diz o jornalista Ronaldo Didini, ex-homem de confiança de Edir Macedo que hoje trabalha como consultor de mídia para Valdemiro: “Uma vez, numa reunião de lideranças da Universal, Valdemiro foi indicado para liderar a igreja no Paraná. Macedo foi contra, dizendo que a sociedade paranaense era elitizada e que não mandaria um negro para lá. Quem defendeu o Valdemiro foi o Honorilton (Gonçalves), hoje presidente da Record. Mas não adiantou”. Por meio de sua assessoria, a Universal afirmou que tem vários pastores e bispos negros e que a acusação de discriminação contra Valdemiro é improcedente.

A Mundial não vive só de inovação. Noutros aspectos, aproveita o know-how dos concorrentes, como a prática de distribuir bens em nome de terceiros para esconder o enriquecimento das lideranças. “A Mundial cresceu muito. Então há coisas que o apóstolo coloca no nome de outros. Eu já tive veículos da igreja em meu nome”, diz Jorge Lisboa, obreiro e assessor da Mundial, presença frequente no altar ao lado de Valdemiro. “O primeiro carro que o apóstolo comprou pela igreja colocou no meu nome. Muita coisa é assim. Sabe por que o R.R. Soares está estacionado? Porque dedicou tudo à família. O dirigente tem de confiar nos outros. Se comprar dez emissoras de rádio, tem de colocar em nome de pessoas diferentes.” O missionário R.R. Soares não respondeu aos pedidos de entrevista de ÉPOCA.

A prática descrita por Lisboa é confirmada pelo advogado Fausto Bossolo, membro da Mundial e assessor do vereador José Olímpio (PP), representante da igreja na Câmara Municipal de São Paulo. “Como é que você vai declarar isso no Imposto de Renda? A Igreja Evangélica tem um crescimento absurdo e a demanda é muito grande”, diz ele. “Então é complicado colocar (tudo) no nome de uma pessoa só. Você tem uma casa e daqui a um ano tem 20. E aí? Como fica?”
Rogério Cassimiro

FÉ - No culto em São Bernardo, um bebê é levado de mão em mão sobre o público até o altar, onde depois recebeu a bênção de Valdemiro.

Como outras igrejas neopentecostais, a Mundial também não se acanha em pedir ofertas. Apesar do perfil pobre do público, os pregadores não hesitam em estabelecer valores altos para as contribuições. Valdemiro já pediu até 30% da renda do fiel, o que foi batizado de “trízimo” : “Você vai dizer para Deus o seguinte: ‘Senhor, 70% de tudo o que o Senhor me der neste mês é meu. E 30% são da sua obra’”, disse. Depois, associou o “30” à “Santíssima Trindade”. Apesar de dizer que não faz distinção entre doadores, a Mundial qualifica as ofertas em categorias: ouro (R$ 300), prata (R$ 100) e bronze (R$ 50). “Quando Jesus nasceu, recebeu três presentes: ouro, incenso e mirra. Qual foi o mais importante?”, disse Valdemiro num culto. E respondeu: “O ouro!”.

O ex-pastor Rafael Ferreira, um dos raros dissidentes da Mundial, dá detalhes das táticas de arrecadação: “Em Mato Grosso havia uma meta de R$ 1 milhão por mês, além dos R$ 500 mil para pagar a TV. Eu era responsável pelos depósitos. Todo dia ia ao Bradesco do centro de Cuiabá e depositava de R$ 80 mil a R$ 100 mil na conta da igreja”. Ferreira atuou por três anos na Mundial. Ele conta como eram os “cursos de pregação”: “O bispo Sidney Furlan mandava a gente subir no altar e orientava sobre o que falar para comover o povo. Dizia que era preciso fazer um teatrinho, um sensacionalismo para o povo acreditar que a igreja era responsável pelas curas e milagres”. Ferreira, que se diz ex-homossexual, foi expulso da Mundial em dezembro. Ele pede R$ 1 milhão na Justiça por discriminação e calúnia. Os representantes da igreja em Cuiabá não quiseram comentar suas afirmações.

Problemas com a Justiça não são uma novidade para a Mundial. No começo do mês, três pastores da igreja foram presos pela Polícia Rodoviária em Mato Grosso do Sul. Com eles foram apreendidos sete fuzis, que, segundo a polícia, saíram da Bolívia e seriam entregues para traficantes no Rio de Janeiro. O próprio Valdemiro já foi apanhado em situação parecida. Em abril de 2003, o Ford Mondeo que dirigia foi parado numa blitz em Sorocaba. No carro, havia 26 cartuchos de munição e três armas: uma carabina calibre 22 e espingardas calibres 12 e 15. “Ele disse que era caçador. Falou que tinha morado na África, onde caçava elefantes”, diz o policial Danilo Ramos, que atuou no flagrante. Na casa do apóstolo, “um lugar sujo, nos fundos de um quintal”, segundo Ramos, os policiais acharam mais duas espingardas ilegais. Na delegacia, Valdemiro afirmou que ganhava “aproximadamente R$ 500 por mês” e não tinha imóvel nem dinheiro no banco. Passou a madrugada preso. Em 2005, foi condenado a dar três cestas básicas a uma instituição de caridade.

Ainda em 2003, Valdemiro voltou a esbarrar na ilegalidade. Ao renovar a carteira de motorista, usou o RG 16.717.037, que pertence a uma mulher nascida em Paraibuna, no interior de São Paulo. A habilitação, com o número de RG errado, venceu em 2008. Não consta que ele tenha tido problema por ter circulado com um documento com informação falsa.

Valdemiro já pediu até 30% da renda do fiel – o que foi batizado de “trízimo”

Com o crescimento da Mundial, o padrão de vida de Valdemiro mudou radicalmente, embora ele continue cultivando a imagem de interiorano simplório diante dos fiéis. Valdemiro mora num condomínio de luxo em Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo. Quando precisa se deslocar, usa dois helicópteros e um jato Citation Excel, de R$ 18,5 milhões, alugado há cinco meses. O helicóptero menor é um Bell Jet Ranger 206B3, avaliado em R$ 1,3 milhão. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ele já pertenceu à apresentadora Xuxa. Hoje, está em nome de uma factoring chamada Athenabanco, que diz ter vendido o aparelho à Mundial no fim de 2008, em 12 parcelas. “O pedido de transferência para a igreja está na Anac há dois meses, mas o processo é lento”, diz Robinson Leite, diretor da Athenabanco.

O helicóptero grande é um Agusta A109-C, comprado pela Mundial em setembro de 2009, por R$ 5,1 milhões. Potente, luxuoso e seguro, o Agusta é um dos aparelhos mais cobiçados do mercado. Para embarques e desembarques perto de casa, Valdemiro usa o heliponto de Amilcare Dallevo, dono da Rede TV!. É uma situação provisória (que Dallevo prefere não comentar). Em pouco tempo, Valdemiro deverá construir seus próprios helipontos. A amigos, disse que vai construir um perto de sua casa e outro perto do enorme templo que está erguendo na Zona Sul de São Paulo.

A frota de aeronaves já parece insuficiente para o apóstolo. Há algumas semanas, corretores foram acionados para tentar vender o Agusta por US$ 2,5 milhões. “O plano de Valdemiro é comprar um Agusta Grand, o mais sofisticado da marca, que custa uns US$ 7 milhões”, diz um profissional do mercado. O avião também pode estar com os dias contados. “Eu já disse para o Valdemiro que ele precisa comprar um jato intercontinental. A igreja está em expansão na África”, afirma Ronaldo Didini.

Em seu próprio nome, o patrimônio de Valdemiro é bem menor. Com a mulher, a bispa Franciléia, ele é sócio de uma empresa de comunicação e de uma gravadora de CDs, que trabalham para a igreja. Franciléia é uma loira de 44 anos. Com joias e roupas chamativas, ela acompanha Valdemiro nos cultos e ora chorando. Ainda é sócia da editora que publica livros da Mundial. Oficialmente, a renda do casal sai apenas da venda dos livros e CDs. Os outros bens de Valdemiro são um Fusca 1969, uma moto 125 cilindradas e uma picape Dodge RAM 2.500 avaliada em R$ 100 mil.

O motor do crescimento acelerado da Mundial é sua estratégia de mídia, considerada a mais agressiva entre os evangélicos. Até dois anos atrás, a Mundial disputava fiéis pela TV em pé de igualdade com os concorrentes, alugando pequenas faixas da programação. Em agosto de 2008, deu um salto. Valdemiro fechou um acordo com a família Saad, do Grupo Bandeirantes de Comunicação, e passou a ocupar 22 horas diárias da grade da Rede 21, canal UHF com alcance nacional. O negócio, que garantiu presença avassaladora da Mundial na TV, foi articulado por Didini, que ficou com o cargo de gestor de conteúdo da emissora.

A Mundial tem também acordos com a Rede TV! – em que ocupa três horas e meia da programação diária – e com a CNT – oito horas por dia. Transmite por satélite para cinco países da África. No rádio, mantém operações em vários Estados. As mais relevantes no Rio e em São Paulo, onde a Mundial arrendou uma emissora FM para transmitir 24 horas por dia.
Fotos: Rogério Cassimiro

RIQUEZA - Valdemiro cultiva uma imagem de frugalidade. Mas tem um padrão de vida sofisticado. Um helicóptero Agusta (foto inferior, à esq.), um Bell (foto maior) e um jato Citation de R$ 18,5 milhões (foto superior, à esq.) ficam a sua disposição.

Ainda que a cúpula da Mundial mantenha segredo sobre a movimentação financeira da igreja, todos concordam que o gasto mais relevante é com mídia. Um membro da cúpula afirmou que o desembolso total nessa rubrica está em torno de R$ 13 milhões por mês. “No Canal 21, o apóstolo deve estar pagando uns R$ 7 milhões, daí para mais. Na Rede TV! foi renovado por R$ 1,9 milhão. E na CNT uns R$ 800 mil”, diz o assessor Jorge Lisboa sobre os três principais contratos. Para filmar eventos externos, a Mundial contratou a produtora de TV Casablanca, a maior do setor no Brasil.A nova ambição de Valdemiro é política. Seguindo a tendência de outras igrejas, ele quer criar sua própria bancada em Brasília e eleger um representante seu em cada Assembleia Legislativa do país. “A estratégia do apóstolo é lançar só um federal e um estadual por Estado. É para não ter competição interna”, diz Irio Rosa, escalado para ser candidato a deputado estadual no Paraná pelo nanico PSC (Partido Social Cristão). A legenda, cujos maiores expoentes são o senador Mão Santa (PI) e o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz, deverá lançar a maioria dos candidatos da Mundial. Rosa, exibido constantemente na TV da Mundial, admite que mal conhece o Paraná.“Eu queria sair candidato por Brasília, mas o apóstolo não deixou. Então, faz um ano que estou morando em Curitiba”, diz.Um dos colaboradores mais importantes de Valdemiro fará dobradinha com Rosa no Paraná. É o executivo Ricardo Arruda Nunes, ex-presidente do desativado Banco de Crédito Metropolitano, conhecido como o banco da Igreja Universal. Nunes diz ser hoje responsável pela “estratégia financeira” da Mundial. Ele já foi investigado pela Polícia Federal e pela Procuradoria da República por suas supostas relações com empresas-fantasmas que teriam sido criadas pela Universal para lavar dinheiro. Agora, prestador de serviços para a Mundial, frequenta os cultos de Valdemiro todo domingo.
Revista Época

FLAGRANTE - Um policial exibe fuzis apreendidos com pastores da Igreja Mundial em Mato Grosso do Sul. O próprio Valdemiro já foi preso com armas ilegais.

Em janeiro, Valdemiro Santiago quase recebeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu altar. A ocasião era um culto no Paço Municipal de São Bernardo do Campo, com público estimado em 50 mil pessoas. Lula chegou a confirmar presença, mas não apareceu, porque teve uma crise de hipertensão. Para representá-lo, compareceram dois petistas: o prefeito Luiz Marinho e o senador Aloizio Mercadante. “Eu não conhecia Valdemiro”, disse Mercadante. “É mesmo impressionante. Ele prega de forma muito direta, autêntica e popular. Lembra as manifestações que a gente fazia aqui neste mesmo lugar com os trabalhadores, um movimento forte, espontâneo e que incomoda as elites.” Mercadante prometeu articular um encontro de Valdemiro com Lula. Até a semana passada, nenhuma reunião tinha sido agendada.

Valdemiro procura cultivar contatos com políticos de diversas tendências. Mantém boas relações com o tucano Marconi Perillo, senador por Goiás, e com Ivo Cassol (PP), governador de Rondônia. “Imagine uma pessoa íntegra, boa, verdadeira. É ele, Valdemiro. Ele faz coisas que só Deus pode fazer”, diz Cassol. Ele costuma recebê-lo em sua fazenda, em Rondônia, para pescar. Entre os políticos de destaque, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), é o único com quem Valdemiro tem relacionamento dúbio. Em 2008, Valdemiro pediu votos para Kassab. No ano passado, quando a sede da Mundial no Brás, centro de São Paulo, foi lacrada por falta de segurança e excesso de barulho, Kassab passou a ser tratado como inimigo.

A sede do Brás é um galpão enorme e antigo, que funcionava como fábrica da família Matarazzo. Ocupa uma área de 43.000 metros quadrados e foi comprado pela igreja por R$ 60 milhões em 60 parcelas. O embargo ocorreu porque o imóvel tinha fiação exposta, piso e teto comprometidos e não contava com saídas de emergência, além de produzir muito barulho. Enquanto providenciava reformas, Valdemiro dizia que o fechamento era uma “perseguição dos poderosos à obra de Deus”. Várias vezes ameaçou retaliar Kassab nas urnas. A sede, que ficou 53 dias lacrada, é a principal fonte de renda da Mundial. “O fechamento da nossa igreja provocou um prejuízo de milhões e milhões de reais”, disse Valdemiro num culto em fevereiro, enquanto pedia mais ofertas aos seguidores.

De todos os assuntos relacionados à vida de Valdemiro, um dos mais polêmicos e misteriosos é sua saída da Universal. Valdemiro é o único dissidente de Edir Macedo que prosperou criando sua própria igreja. Depois de ocupar posições de destaque em São Paulo, Paraíba, Pernambuco e em Moçambique, Valdemiro rompeu com a Universal em 1997. Sua importância pode ser medida pelas participações societárias que acumulou. No último ano de Universal, tinha em seu nome duas TVs e três rádios FM da igreja. Há várias versões para a ruptura. Alguns dizem que Valdemiro foi expulso por desviar dinheiro da Universal. Outros dizem que ele discordou de Edir Macedo na nomeação de um bispo. Há quem diga que ele caiu em desgraça porque brigou com autoridades de Moçambique e atrapalhou a expansão da igreja por lá. Sua saída não foi amigável. “Sabe o que o Macedo fez com ele? Deu R$ 50 mil e um Gol velho. Jogou na mesa. Foi assim que o Macedo fez, ó: ‘Se você ficar, vou te dar uma liderança forte, um Audi, tudo. Se sair, leva R$ 50 mil e um Gol velho’”, afirma Didini, que deixou a Universal na mesma época. “Ganhei R$ 100 mil quando saí. O cara (Valdemiro) foi um líder, trabalhou 18 anos lá, deu a vida pela igreja e só levou R$ 50 mil.”

Parte importante do sucesso da Mundial é resultado da crise da Igreja Universal. Lideranças evangélicas dizem que a Universal começou a enfrentar problemas quando Edir Macedo passou a dedicar a maior parte de sua atenção à TV Record. “Ele deixou de ser igrejeiro, virou empresário e foi morar nos Estados Unidos, longe dos fiéis”, afirma o ex-bispo Marcelo Pires, que atuou na Universal e hoje move processos judiciais contra a igreja. “O seguidor da Universal nem vê mais o Edir pregando. Como não sente o carinho de seu líder, procura outras igrejas.” Há também o desgaste provocado pelas denúncias recentes de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito contra líderes da Universal.

Desde a criação da Mundial, Edir Macedo nunca manifestou nenhum tipo de temor sobre a concorrente. Dias atrás, ele publicou um post em seu blog em que cita pela primeira vez a Mundial. Edir Macedo reproduziu a carta de uma fiel que teria passado pela igreja de Valdemiro. Ela diz que na Mundial viu sua vida espiritual “caindo a cada dia”. Os parceiros de Valdemiro comemoraram. Para eles, Edir Macedo passou um atestado de preocupação.

Rogério Cassimiro
PODER – Acima, Valdemiro com o prefeito Luiz Marinho (à esq.) e o senador Mercadante, que representaram Lula em São Bernardo. Abaixo, com Kassab em 2005, citado nos templos como inimigo da Mundial

Jorge Lisboa
Alto escalão

Os principais nomes da cúpula da Igreja Mundial

Fotos: reprodução (2), Rogério Cassimiro/Época e Danilo Verpa/Folha Imagem

domingo, 28 de março de 2010

Daime – Pastor da Bola de Neve e ex frequentador conta sua experiência com o chá do Santo DaimeConsumido há pelo menos 300 anos por comunidades indíge

Consumido há pelo menos 300 anos por comunidades indígenas da Amazônia, antes de ser transportado para os rituais do Santo Daime, o chá alucinógeno originado da planta ayahuasca, foi por três anos a solução encontrada por Fábio Mota para os seus problemas de depressão e “elevar o lado espiritual”, como afirma o ex-praticante do daime que chegou a visitar a casa do cartunista Glauco Villas Boas, assassinado na semana passada junto com o seu filho por um frequentador da Igreja Céu de Maria, liderada pelo desenhista.Visite: Gospel, Noticias Gospel, Videos Gospel, Musica Gospel

Mota passou a seguir a doutrina daime com poucos mais de 20 anos, convidado por um amigo. A busca por novas experiências espirituais o levou ao Amazonas, região onde o fundador do Santo Daime, conhecido como mestre Irineu, recebeu uma visão de Maria, mãe de Jesus, instigando-o a inaugurar a religião que prega o auto-conhecimento por meio de experiências ritualísticas. “Foi lá que eu me fardei – que é tipo um batismo. Eu voltei de lá já sabendo o que eu queria – o daime”, relembra.

Diferente de outras drogas, Fábio conta que a característica principal do chá do daime está justamente na fusão com o espiritual.

“Não é só como uma viagem de ácido, por exemplo, ou um chá de cogumelo, que mexe com a mente e a pessoa dá umas viajadas. Você vai para outro lugar mesmo, para o inferno, para o mundo espiritual. Você tem esse acesso até lá”, explica ao Guia-me.

A ruptura de Fábio Mota com a religião do Santo Daime aconteceu em 1996, após a conversão de seus pais ao Evangelho. A decisão de mudar o rumo de sua vida aconteceu num grupo de jovens da Igreja Renascer em Cristo, que anos mais tarde se desligaria da denominação de Estevam Hernandes para se tornar a Igreja Evangélica Bola de Neve.

Há quase quatro anos pastor da Igreja Bola de Neve de Caraguatatuba, litoral norte de SP, Fábio conta que hoje não precisa de nenhum artifício para ter uma vida sadia espiritualmente, preenchida exclusivamente por Jesus. “Na época do daime, eu parei de usar cocaína, porque não batia. Parece que você não consegue. Hoje eu enxergo, pelo lado espiritual, que o diabo te liberta de umas correntes e te aprisiona com outras. Você acaba ficando preso do mesmo jeito”.

Como você conheceu o Santo Daime?

Fábio Mota: Antes de ir para o Santo Daime, na verdade eu sempre gostei de “fumar um”, bastante maconha e ácido. Eu comecei a me interessar muito por viagem astral.

Quando eu soube que tinha uma religião, que você tomava um chá e dava aquela “despirocada” toda, eu já estava meio mal comigo mesmo. Sabe aquelas depressões, aquelas “vibes” que você não sabe o sentido da vida? Estava até meio que querendo morrer.

Aí eu soube da religião do Santo Daime. Um amigo meu começou a ir primeiro e me convidou. Eu acabei indo. Era em Itapecerica (SP), numa comunidade chamada Flor das Águas, que ainda existe.

Eu frequentava, mas sabe aquele “convertido meia-boca”, que vai aos cultos aos domingos mas na verdade não pega firme? Eu comecei assim. Ia de vez em quando, buscava o lado espiritual.

Mesmo indo na Igreja do Santo Daime, o que te fez se interessar em participar dos rituais na Amazônia, local onde começou a religião?

Fábio Mota: Quando eu tomava [o chá] era algo muito forte. Você realmente sai de si. É algo demoníaco mesmo. Com o passar do tempo eu vi que precisava de mais. Aí foi quando eu fui para a Amazônia, no Acre, e quando eu quis conhecer de perto como começou a seita. Eu quis me aprofundar mesmo. Eu fui para o Acre, onde começou o Santo Daime com o Irineu, que eles chamam de “mestre Irineu”. Eu também sempre gostei muito de mato.

Do Acre eu fui para o Amazonas, num lugar que se chama Céu do Mapiá. São dois dias de canoa para chegar até lá, é bem na floresta mesmo. Lá eu fiquei uns 40 dias. Foi lá também que eu me fardei – que é tipo um batismo – e comecei a usar as roupas. Aí então eu comecei a frequentar o daime já fardado. Eu voltei de lá já sabendo o que eu queria – o daime.

Quando eu entrei no Santo Daime, eu ia por saber que podia tomar o chá, mas não por uma viagem de loucura, como acontece quando você toma um ácido ou chá de cogumelo, mas para poder usar o chá e auto me conhecer. Ia para poder elevar o meu lado espiritual.

O Santo Daime é uma mistura de catolicismo, espiritismo, umbanda. Os trabalhos começam às seis da tarde e vai até às 6 da manhã do dia seguinte. Você toma o chá e cada um tem as suas viagens, para tentar se auto conhecer e se curar de alguma coisa. Inclusive esse rapaz que matou o Glauco, estava lá para tentar largar as drogas.

Eu cheguei a ir na casa do Glauco. Ele não era meu amigo, era mais do amigo que me levou para o Santo Daime.

Você chegou a conversar com ele?

Fábio Mota: Na época ele morava no Butatan, perto da USP. Eu fui algumas vezes lá, mas a gente não era próximo de ligar um para o outro. Não lembro exatamente o que falamos.

Um dos requisitos para fazer parte do Santo Daime é que não é permitido ser usuário de drogas, nem de bebida alcoólica. Isso é verdade?

Fábio Mota: Naquelas, né. A maconha, que é liberada, eles chamam de santa maria.

Quando você toma o chá de ayahuasca, é como se você conhecesse realmente quem você é. É algo muito louco. É sobrenatural quando você se depara com você mesmo.

Como era o seu “eu interior”?

Fábio Mota: Eu era deprimido, com um vazio muito grande. As vezes as pessoas não querem realmente saber como elas são, vivem como se tivessem uma máscara. Quando você ministra alguém, aconselha alguém e fala a verdade, muitos se sentem machucados.

Muitas vezes, quando eu tomava o chá naquela época, eu me deparava comigo mesmo. Eu via quem realmente eu era. Eu não era aquela pessoa que eu fingia que eu era, aparentemente feliz. Com o tempo, eu fui me aprofundando e frequentando mais.

Quando você frequentou o daime, a santa maria era utilizada durante os rituais?

Fábio Mota: A maconha, santa maria, foi liberada pelo padrinho Alfredo quando ele recebeu uma visão da Maria [mãe de Jesus]. Ela disse para ele que podia fumar. Foi aí que começou a poder fumar. Todos usam a maconha, que eles chamam de santa maria. Eles fumam mesmo. Quando eu estava no Acre, na floresta, eram desde os velhinhos até todo mundo fumando. É liberado durante as reuniões, mas não no momento do chá.

Aqui em São Paulo não se usa tanto porque eles ficam com medo da polícia, de repente tem alguém infiltrado. Numa época que estava havendo perseguição, eles proibiram a maconha nos rituais. Mas lá no Amazonas, pelo menos, que é tudo no meio da floresta, é tudo liberado. Você sai, fuma e volta.

Você disse que se deparava com você mesmo nessas viagens com o chá da ayahuasca. Mas como eram essas viagens? Eram sempre boas?

Fábio Mota: Eram várias viagens, desde boas até ruins. Uma vez eu tomei e quando eu abri os olhos eu estava num lugar escuro e quando olhei para mim eu me vi em forma de uma espécie de nuvem, sabe? Era só um espírito, algo que não tinha matéria. Aí veio uma outra na minha direção. Aí eu me assustei e tentei me soltar dessa outra “energia”. Aí ele veio na minha direção e eu me afastei. Aí um rapaz bate nas minhas costas e eu volto para onde eu estava. Eu acordei, abri os olhos e ele me disse: “- Pô, meu! Você quer brigar comigo no astral?”. Ele e eu e estávamos num outro lugar.

Essa viagem você classificaria como boa ou ruim?

Fábio Mota: Nem boa, nem ruim. Eu fiquei com medo na hora. Era como uma viagem astral, quando o espírito sai do corpo. O meu corpo estava na sessão, e o meu espírito estava num outro lugar. Eram várias situações iguais a essas em que você entrava num lugar com um monte de corpos. O seu espírito realmente sai do corpo. Não é só como uma viagem de ácido, por exemplo, ou um chá de cogumelo, que mexe com a mente e a pessoa dá umas viajadas, vê tudo retorcido, o chão balançando. Além de mexer com o inconsciente, eu creio que ele abre uma porta no mundo espiritual. É como um portal com entrada de demônios. Você vai para outro lugar mesmo, para o inferno, para o mundo espiritual. Você tem esse acesso até lá.

Como foi a sua conversão ao Evangelho?

Fábio Mota: Eu comecei a fazer faculdade de agronomia, no interior de São Paulo. Eu recebi uma Bíblia daquelas que tem só Novo Testamento e Salmos. Deus começou a falar muito comigo através daquela Bíblia. Aí teve um final de semana, que era dia de um santo que não me recordo qual era, que eu fui para São Paulo num trabalho desses.

Eu estava lá e já não estava me sentindo bem, meio deslocado. Já tinha tomado o daime, mas não estava me sentindo muito bem com aquela situação toda. Quando eu olho, eu vejo um demônio, na época ainda não sabia que era um demônio. Era uma nuvem preta me rodeando. Começou a me rodear, rodear, rodear. Aí ele parou e começou a olhar para mim no meu olho. Na hora eu falei: Jesus! Quando eu falei isso, ele foi embora. Aí eu tentei continuar no trabalho, mas já não conseguia. O meu carro estava parado próximo e eu fiquei dentro do carro até o final do trabalho por que tinha uns amigos meus que estavam lá e eu ia dar carona para eles, senão já teria ido embora para casa.

A partir daí eu também não voltei mais. Aí se passaram mais ou menos seis meses. Quando eu voltei de férias da faculdade, foi quando eu me converti na Igreja Renascer. Os meus pais já tinham se convertido nesse tempo.

É algo muito forte. O ácido que eu já tomei, chá de cogumelo, dessas viagens todas, o chá do daime é algo que não chega perto desses tipos de drogas. Ele abre uma porta para o espiritual e que te deixa mal mesmo.

Você passou por alguma triagem para poder fazer parte das reuniões?

Fábio Mota: Não. Como eu já cheguei com esse amigo meu que já tinha começado a ir, ele já conhecia um pessoal do meio também.Eu cheguei na verdade com todo mundo. Não teve triagem nenhuma.

Você tomava o chá só nos rituais?

Fábio Mota: Era principalmente nos rituais, mas eu cheguei a tomar fora também.

No tempo que você estava no daime, você usava outras drogas também, além da Santa Maria?

Fábio Mota: Na época do daime, eu parei de usar cocaína, porque não batia. Parece que você não consegue. Hoje eu enxergo, pelo lado espiritual, que o diabo te liberta de umas correntes e te aprisiona com outras. Você acaba ficando preso do mesmo jeito.

Como era lidar com a realidade quando você voltava do transe?

Fábio Mota: Depois da loucura do daime, eu sentia muita paz.Você ficava com o corpo leve e muito tranqüilo. O pós-daime era uma situação muito boa.

Segundo psiquiatras, nos primeiros efeitos do chá você sente um relaxamento. Com você era assim?

Fábio Mota: Quando abre o trabalho, você toma um pó. Aí não bate tanto. Quando você toma o segundo, depois de um intervalo de meia hora em que você fuma uma santa maria, come uma fruta, fica conversando, e ai volta o trabalho de novo e você toma outro. Aí é quando começa realmente a loucura toda. Numa reunião você toma metade de dois a três copos daqueles de café.

Os efeitos do chá eram imediatos ou demorava para acontecer as “viagens”?

Fábio Mota: Demora um tempinho, por volta de 1 hora. Começam as músicas, você fica lá dançando, até vir a loucura do daime. Mas esse tempo depende de cada um também.

O Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad) descartou a hipótese de dependência da droga, se ingerida somente nos rituais a cada 15 dias. Hoje você considera que era um dependente do chá?

Fábio Mota: Dependente do chá eu não era. Eu era dependente químico de maconha, numa época de cocaína. Eu nunca tive problemas com o chá. Mas eu sei que o diabo tem utilizado formas e formas para aprisionar as vidas. Essa é mais uma delas.

Eu creio que até essa morte do Glauco, queira ou não, foi uma forma para quem não conhecia o chá, passar a conhecer. Eu creio que muitas pessoas vão querer conhecer o Santo Daime por causa disso. Foi muito divulgada a doutrina. O interesse de muitas pessoas vai aumentar.

Você acredita que se comprovado que o rapaz tinha problemas psiquiátricos que foram desencadeados pelo chá do Santo Daime, pode haver uma nova avaliação do Brasil sobre a regulamentação do uso do chá?

Fábio Mota: Eu creio que sim, se for comprovado que a culpa foi do chá. Eu vi nos telejornais nessa semana que tiveram alguns outros casos, que um jovem se matou e a família está acusando o Santo Daime.

Os especialistas dizem que o chá não provoca violência nos usuários. Você chegou a presenciar algum surto de violência?

Fábio Mota: Realmente, pelo que eu vivi nesse tempo, o chá não causa momentos de violência. A pessoa fica realmente tranquila. O corpo leve e cada um tendo a sua viagem. Nunca vi alguém se exaltar por causa do chá.

Se a pessoa já tem um problema psicológico, de repente o daime pode vir a causar alguma coisa. Só mesmo os médicos para dizer isso.

O porquê desse rapaz ter matado o Glauco, eu creio que ele já tinha um distúrbio há muito tempo de droga e loucura. Ele na verdade estava seguindo o mesmo caminho da mãe.

Silas Malafaia no programa do Ratinho novamente: “Volto para debater até com o capeta” Silas Malafaia no programa do Ratinho novamente: “Volto para d

Na noite do dia 24 de março, o pastor Silas Malafaia esteve mais uma vez no programa do Ratinho, do SBT, para discutir o projeto de lei constitucional 122 – PLC 122, que criminaliza a homofobia – medo ou aversão ao homossexual. Há um mês, Silas Malafaia participou do programa em debate sobre a lei contra homofobia com a ex-deputada federal Iara Bernardi (PT-SP), autora do projeto, que já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e pode entrar na pauta de votação do Senado. Nesta quarta-feira, a transsexual Rosana Star foi a convidada para discutir o tema com o pastor.Visite: Gospel, Noticias Gospel, Videos Gospel, Musica Gospel

Ratinho contou que após a exibição do programa, em fevereiro, foi muito criticado. Segundo o apresentador, as pessoas consideraram que Malafaia ganhou o debate do mês anterior por se expressar com mais desenvoltura. Em contato com o pastor e apresentador do Vitória em Cristo, programa de Silas Malafaia na TV, Ratinho o convidou para um novo debate. “O senhor topa, pastor?”, disse Ratinho. “Topo qualquer coisa, volto para debater até com o capeta”, disse Silas Malafaia.

“Eu não quero discutir religião. Eu quero dizer que Jesus ama todas as pessoas… Vamos discutir a lei? Ela é vergonhosa, ela é um absurdo, que quer privilegiar uma classe de gente. Toda sociedade precisa de limites. A escola diz assim: Em um pátio interno nenhum aluno pode se beijar, seja hetero ou homossexual. Ninguém se beija. No pátio de uma igreja ninguém se beija. Se o diretor da escola impedir ou se o pastor da igreja impedir, dois a cinco anos de cadeia”, disse o pastor. “Esse projeto criminaliza a opinião. Se uma pessoa tem uma babá evangélica e não quer que a criança seja educada por uma babá evangélica, pode demiti-la. Se uma pessoa tem uma babá homossexual e não quer que a criança seja educada por uma babá homossexual, pode demiti-la também”, comparou Malafaia.

Em outro momento do debate, Rosa Star expressou: “Eu tenho pai, tenho mãe, sei o que é família e sei que um pai não gostaria que seu filho visse dois homens se beijando na televisão. Agora quanto à igreja, eu não sei porque criticar tanto a prárica do homossexual, do homossexualismo. Por que você não traz esse público para vocês de forma carinhosa? Se o senhor acha que eu posso mudar, por que não me convida para sua igreja? Por que você não convita o público lgbt para ir a sua igreja?”.

Malafaia respondeu: “Discordar da prática de uma pessoa não significa discriminá-la. Eu gostaria de informar que a igreja evangélica está lotada de pessoas em busca de transformação [...] e assim como você, qualquer homossexual que quiser ajuda espiritual, a igreja evangélica, Ratinho, está lotada. Isso é conversa. Ninguém leva homossexual para igreja para bater ou botar em quarto escuro”.

Você pode assistir em vídeo a segunda participação de Silas Malafaia no Programa do Ratinho acessando, o canal de Vídeos Gospel do Gospel+, o Gvídeos.