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sábado, 15 de janeiro de 2011

Brasil terá 150 mil mortes no trânsito até 2014, diz estudo

Nos próximos quatro anos, o trânsito no Brasil vai deixar 150 mil mortos e 500 mil feridos graves, segundo indica projeção do movimento Chega de Acidentes, que reúne ONGs e empresas. A estimativa levou em conta o crescimento populacional, da frota de veículos e a projeção dos atuais índices de violência no trânsito.

Os acidentes devem gerar ao país, até 2014, custo de R$ 140 bilhões em resgate, tratamento e perda de produção das vítimas. O valor daria para construir ao menos quatro trens-balas nos moldes do que vai ligar o Rio de Janeiro a São Paulo, considerando o custo de R$ 33,1 bilhões estimado pelo Tribunal de Contas da União.

No último feriado da Proclamação da República, entre 0h de sexta-feira (12) e 24h de segunda-feira (15), 142 pessoas morreram nas estradas federais brasileiras. Foi o segundo feriado mais violento neste ano, ficando atrás do Carnaval, quando foram registradas 143 mortes em seis dias.

Dados mais recentes do Datasus, banco de dados do Sistema Único de Saúde, apontam que o Brasil registrou 37,4 mil mortes no trânsito em 2007. Desde 2000, os números de mortes no trânsito crescem de ano a ano.

O consultor de trânsito Horácio Figueira afirma que, se nada for feito com urgência, os números podem ser ainda piores.

– Se nada mudar, vai ser isso mesmo ou ainda pior. Infelizmente, vamos ficar contando mortos.

Jakow Grajew, professor de administração da FGV (Faculdade Getúlio Vargas) e um dos coordenadores do Chega de Acidentes, afirma que esses números podem ser revertidos, se o poder público investir nos eixos de ação apontados pela ONU (Organização das Nações Unidas): melhoria dos veículos e das vias; educação para o trânsito; atendimento às vítimas e fortalecimento institucional (legislação, fiscalização, troca de informações entre os entes públicos). Para ele, o país tem deficiências em todos os tópicos.

– Os governos têm bons técnicos, que sabem o que precisa ser feito. O que ainda falta é um amparo do político. O dia em que houver um clamor popular dizendo “chega de acidentes”, esse amparo político deve aparecer.

O movimento Chega de Acidentes foi lançado na quarta-feira (17) na capital paulista e tem como um de seus objetivos sensibilizar a população sobre o tema.

O presidente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), Aílton Brasiliense Pires, atribui parte da violência no trânsito à impressão que cada indivíduo tem de que os acidentes só acontecem com os outros.

Por meio de nota, o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), autoridade máxima de trânsito no país, disse que capacitou 6.500 profissionais do sistema nacional de trânsito neste ano. Além disso, a entidade afirma ter feito quatro campanhas publicitárias educativas. O Denatran informou ainda ter destinado mais de R$ 196 milhões para projetos que visam reduzir os acidentes.

O órgão tem dados diferentes do Ministério da Saúde. Segundo a autoridade de trânsito, houve queda no número de mortes entre 2003 e 2008. ”O indicador de acidentes com vítimas fatais por 100 mil habitantes era de 18,8 em 2003, para uma população de 176,8 milhões de pessoas. Em 2008, o índice reduziu para 18,3, para uma população de 191,4 milhões de pessoas”, afirma o Denatran por meio de nota.

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