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terça-feira, 20 de abril de 2010

Nildo Ricardo e o amigo Victor Hugo, ambos com 14 anos, esbanjavam confiança em frente à estátua de Belini, do lado de fora do Maracanã. Flamenguistas, os dois não conseguiram ingresso para ver a final da Taça Rio contra o Botafogo, neste domingo, mas ainda esperavam conseguir uma entrada barata para o segundo tempo. Mesmo quando todas as atenções estavam voltadas para as quatro linhas, o entorno do maior templo do futebol brasileiro continuou cheio. Eram vendedores ambulantes, flanelinhas, cambistas, policiais com seus cavalos e seus cães. No entanto, a maioria é formada por torcedores como Nildo e Victor, que não se importavam em perder o primeiro tempo se pudessem pagar menos do que os R$ 30 cobrados nas bilheterias. O Botafogo vencia por um a zero, quando um grito uníssono veio do Maracanã. Mesmo sem auxílio de rádio, Nildo não olhou para trás para confirmar: “aí, é do Mengão, não falei? Eu sei que vamos ganhar, todo o ano é assim”. Nildo demonstrou ser melhor ao manter a calma do que ao prever o futuro. Logo ao lado da entrada, um grupo aproveitava a reunião para falar de coisas que nada tinham a ver com o futebol. “Jesus te ama, ele veio te salvar”, gritava o evangelista Carlos Alexandre em um dos megafones da sua igreja. “Sem ofender as pessoas, viemos anunciar a palavra de Deus. Meu time é de Jesus, não perde para ninguém”, explicava Márcio Cunha, outro evangelista do grupo, enquanto os torcedores se reaproximavam do portão de entrada. Era final do primeiro tempo.

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