
No segundo tempo, após um cruzamento de Sneijder, Felipe Melo subiu para cortar a bola de cabeça. Mas além de atrapalhar a saída do goleiro Julio César, o volante desviou para dentro do gol, no que foi o empate da Holanda. Também numa bola alçada na área, o camisa 5 do Brasil não acompanhou o 10 laranja, que cabeceou sem marcação.
Mas no momento em que a situação estava complicada, Felipe Melo dificultou ainda mais a vida da seleção ao pisar em Robben após cometer uma falta aos 28 minutos da segunda etapa. Com eliminação do Brasil, aquela que até então era a grata surpresa passou a ser a triste rotina.
Felipe Melo não se desculpa pelos destemperos
Considerado o personagem da derrota por 2 a 1 para a Holanda, nesta sexta-feira, Felipe Melo se despediu da Copa do Mundo com um pedido de desculpas. Mas não pelo cartão vermelho recebido após pisão em Robben, e sim pela eliminação da seleção. Na avaliação do volante, que foi uma das principais apostas de Dunga, o árbitro foi exageradamente severo na punição que o tirou de campo aos 28 minutos do segundo tempo, pouco depois que o Brasil sofreu a virada.
- Peço desculpas ao torcedor pela eliminação. Assumi minha parcela de responsabilidade perante o grupo, mas não entrei para quebrar a perna do Robben, tanto que ele continuou jogando. É diferente de ser expulso por cuspir ou dar um soco na cara de alguém. Acho que, na partida contra Portugal, o Pepe foi mais desleal comigo. Mas talvez se eu tivesse dado umas cambalhotas ele teria levado o vermelho. Hoje o árbitro foi muito rude naquilo que pensou – disse o volante, lembrando a falta sofrida pelo jogador português no confronto pela primeira fase do Mundial.
Felipe Melo ainda analisou o gol contra marcado, que determinou o empate da Holanda e também lamentou a virada adversária, numa cabeçada de Sneijder, que mede 1,70m.
- O Julio Cesar estava atrás de mim, não sei se ele tocou na bola, e eu fui tentar cortar. Foi um balde de água fria, mas o segundo gol foi pior, porque é difícil ver um jogador daquele tamanho cabecear.
O camisa 5 do Brasil mostrou-se abatido na sua primeira grande decepção na curta trajetória na seleção.
- É difícil ver que um grupo como este não conquistou o título. Foi o time mais unido que a seleção já teve. Foram 43 dias focados e com muito comprometimento. É o ano mais difícil da minha carreira, minha primeira derrota na seleção e foi muito dolorida.
Fonte: G1 / Gospel+
Entrevista com Felipe Melo após a derrota do Brasil para a Holanda na Copa
O que essa eliminação significa para você?
É o momento mais difícil na minha vida. O ano mais difícil da minha vida. É a minha primeira derrota na seleção, justamente em uma eliminação. Na Juventus não ganhamos nada. Quero pedir perdão e desculpas para a torcida brasileira porque falhamos, não deu.
Você acha que a derrota é sua culpa, pela expulsão?
Não tenho que receber toda a culpa. É um grupo. Equipe é coletivo. Tenho minha parcela de culpa como cada um aqui tem. Eu peço desculpas não pela minha entrada, mas porque falhamos. Assim como todos os brasileiros, eu queria ser campeão mundial.
A expulsão foi correta?
Uma expulsão quando está perdendo o jogo é sempre complicado. O peso é muito difícil. Não agredi, não dei soco. Foi uma jogada que o juiz interpretou que era para vermelho. Eu acho que ele exagerou. Se o Robben não tivesse feito tanta cena, não teria acontecido nada.
Você tem medo de ficar conhecido como o vilão da eliminação?
Jamais pensei nisso [em ser apontado como vilão]. Não passa pela minha cabeça. Todo mundo que entende de futebol sabe tudo o que eu fiz pela seleção brasileira. Foi uma falta que o juiz interpretou. Não dei soco, não cuspi. Tive que pisar para tirar a bola e juiz interpretou que era para vermelho. Peço desculpas porque o Brasil perdeu, pelo nosso fracasso, não pela expulsão.
Você não está chorando. Por que?
Não tenho mais o que chorar, estou destruído por dentro. Já falei com minha família, é difícil ouvir um filho chorando, uma esposa chorando. Difícil é sair na frente do placar, te dá um animo diferente. Eu estava pensando na semifinal.
Fonte: UOL / Gospel+
Técnico Dunga fala em entrevista sobre Felipe Melo
Queria que você avaliasse a expulsão do Felipe Melo. O quanto isso prejudicou a Seleção Brasileira. O lance já havia ocorrido e ele foi lá e pisou no holandês, né? Numa atitude desnecessária e que, na minha visão pelo menos, prejudicou a Seleção Brasileira. Que naquele momento ia jogar com dez num momento decisivo de Copa, o que é complicado para qualquer seleção…
Dunga: Jogar com um jogador a menos em uma Copa do Mundo, com jogadores de qualidade da outra parte, sempre dificulta mais, né? Mas desde o início do jogo e no intervalo nós comentamos que o juiz estava sendo bastante pressionado. E algumas faltas que não eram ele estava marcando. Eu tive que trocar o Michel (Bastos) porque havia levado o cartão amarelo em um lance que nem falta foi. Não é desculpa. Mas é uma coisa que acontece e nós gostaríamos que não acontecesse. E que fosse diferente. Mas só quem estava lá dentro de campo pode ter uma noção melhor.
Dunga, queria que você avaliasse como foi a parcela de culpa do Felipe Melo. E gostaria de pedir uma análise sua também sobre o desempenho do Gilberto Silva. E gostaria de saber sobre o futuro de sua carreira, e você já pensou.
Dunga: O desempenho do Gilberto Silva está aí. Se você pegar as estatísticas da Fifa, ele sempre foi um dos jogadores mais regulares até o momento. Como comandante, acho que a culpa é de todos nós. Lógico que eu a maior parte. Mas seria injusto eu falar alguma coisa do Felipe, porque quando nós ganhamos, ganhamos todo mundo. Não foi a primeira vez que um jogador foi expulso dentro de uma Copa do Mundo, ou em uma partida. Então a responsabilidade é de todos. Quanto ao meu futuro, já se sabe bem quando eu cheguei na Seleção que eram quatro anos que eu ia ficar.
O Brasil perdendo por 2 a 1, o Felipe Melo é expulso, você fez a opção do Nilmar no lugar do Luís Fabiano e encerrou por aí as substituições. Não havia opção, no seu entender, de fazer uma terceira substituição capaz de modificar, ou tentar modificar, a situação do Brasil?
Dunga: Com um a menos fica difícil… Tentei colocar um jogador de mais velocidade, para se juntar com o Kaká e o Robinho, que eram (também) de velocidade. Já que o Daniel teve que fechar mais pelo meio e ficar perto do Gilberto Silva. E às vezes você trocar faltando cinco ou dez minutos não é algo que possa resolver muita coisa. Até jogador entrar na partida, entrar na dinâmica da partida, se leva mais tempo.
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