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segunda-feira, 18 de maio de 2009


AMOR BANDIDO:
VÍTIMAS DAS ARMADILHAS DO CORAÇÃO, DO MEIO EM QUE VIVEM OU OPÇÃO DE VIDA?

Análises da população de visitantes que chegam aos grandes centros de detenção do País, realizadas sempre aos finais de semana (quando a movimentação é maior) mostraram uma grande desproporção de gêneros: 96% dos visitantes são mulheres (mães, namoradas, esposas, companheiras e até amigas dos internos), e apenas 4% são formados por homens. Estes, majoritariamente, são os maridos das internas.

De modo geral, a mulher que continua no casamento, mesmo quando o seu parceiro se encontrado privado da liberdade, tem idade média de 20 a 30 anos, possui mais de dois filhos e trabalham informalmente. A renda máxima não ultrapassa os R$400. A grande parte mora na periferia das grandes cidades.

Quando interrogadas, todas essas mulheres afirmaram estar dispostas a continuar visitando regularmente o respectivo interno, até que ele cumpra toda a pena. Exatamente por isso, elas são socialmente categorizadas como “mulheres de bandido”.

Fica, portanto, bastante óbvio que a mulher é mais tolerante que o homem diante deste tipo de situação. As estatísticas divulgadas pelos principais cárceres masculinos e femininos do Brasil provam isso. Há outras pesquisas que mostram que apenas 11% dos homens continuam ao lado da esposa depois de descobrirem que a companheira entrou para o mundo do crime. No entanto, mais de 87% das mulheres permanecem ao lado do marido quando descobrem que ele tem envolvimento com o crime.

Para os idealizadores da pesquisa, a explicação para essa disparidade de comportamento está na maior dependência financeira e social da mulher, principalmente as das classes mais baixas da população. Com a condição precária em que essas mulheres vivem, ter um marido criminoso que é temido e respeitado por todos na vizinhança é um dos raros episódios capazes de lhes conferir boa autoestima. O amor pelo parceiro, portanto, muitas vezes é secundário. Ou nem existe, explicam os pesquisadores.

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