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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Queima do Alcorão: Tribunal proíbe queima da Bíblia na África do Sul

Um tribunal de Johannesburgo, na África do Sul, proibiu a queima de uma Bíblia agendada para este sábado(11/09) por um empresário como resposta aos planos –cancelados– do pastor evangélico americano Terry Jones de queimar 200 cópias do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos, informou a imprensa local.

O tribunal emitiu a decisão em caráter de urgência urgente na tarde desta sexta-feira para proibir Mohamed Vawda de celebrar o Dia da Queima da Bíblia”, informa o “Saturday Star”.

Vawda planejava queimar as cópias do livro sagrado dos católicos em uma praça central de Johannesburgo, em resposta a Jones, que planejava queimar 200 cópias do Alcorão no Dia Internacional da Queima do Alcorão, em frente a sua pequena Dove World Outreach Center, na cidade de Gainesville, como homenagem às vítimas dos atentados de 11 de Setembro e em protesto ao islamismo, que considera pregar a violência.

O empresário de 38 anos disse ao jornal que os planos de Jones o incentivaram a tomar esta decisão. “Me enojou e me ofendeu. Minhas ações são dirigidas contra ele. Eu queria pará-lo. Ele nem ao menos escutou seu próprio presidente”, praguejou Vawda.

Jones cancelou “100%” seus planos de queimar as cópias do Alcorão nesta sexta-feira, após dois dias de mensagens contraditórias de suspensão e retomada do ato. A decisão foi tomada mesmo sem obter em troca o acordo para que fosse mudado o local da construção de uma mesquita e um centro cultural islâmico a dois quarteirões do local dos ataques de 2001, em Nova York.

Diante de um grande número de jornalistas de todas as partes do mundo que transmitiam as últimas informações ao vivo da frente da igreja, o pastor Terry Jones e outro líder evangélico confirmaram que não haverá queima do livro sagrado muçulmano no sábado.

Jones protagoniza há anos uma dura campanha contra o islamismo, que rendeu até mesmo o livro “Islam Is of the Devil” (“Islã É do Demônio”, em tradução livre). Nele, Jones conta que a religião islâmica é um risco à liberdade de todas as nações e tem como preceito a opressão e a violência. Sua causa, contudo, ganhou o mundo após começar a divulgar na internet a proposta para o Dia Internacional de Queima do Alcorão.

A proposta levou o alto escalão dos Estados Unidos a reagir e ganhou grande destaque na imprensa americana e mundial a partir do domingo (5), quando o general americano David Petraeus, comandante das tropas internacionais no Afeganistão, foi a público dizer que o ato colocaria em risco a segurança das tropas americanas no país asiático. Desde então, vários grandes nomes do alto escalão, incluindo a secretária de Estado, Hillary Clinton, o de Defesa, Robert Gates, e o próprio Obama, vieram a público condenar o ato e pedir que Jones desistisse da ideia.

A preocupação com a ação de tinha chegado a tal ponto em Washington que a Casa Branca entrou em contato na quinta-feira com o pastor. O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, telefonou para Jones para que mudasse de postura, ao advertir que a queima do Alcorão geraria reações em todo o mundo e colocaria em risco os soldados americanos no Afeganistão.

Já Obama fez um apelo pela tolerância religiosa dos americanos, em meio a controvérsias relacionadas ao lugar do islã na sociedade americana. “Temos que nos assegurar de que não nos voltaremos uns contra os outros”, disse Obama em coletiva de imprensa na Casa Branca, às vésperas do nono aniversário dos ataques de 11 de Setembro.

“Farei todo o que puder enquanto for presidente dos Estados Unidos para lembrar aos americanos de que somos uma nação abençoada por Deus, que podemos chamar esse Deus de diferentes maneiras, mas que continuamos sendo uma nação”, ressaltou o presidente.

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