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terça-feira, 22 de maio de 2012

Capacete de bronze

E os teus céus, que estão sobre a cabeça, serão de bronze”. Deuteronômio 28:23
Já ouvi dezenas de mensagens nas quais pregadores anunciavam libertação espiritual, utilizando o termo “céus de bronze” para definir alguém ou alguns que estão sob maldição divina.
O texto de Deuteronômio 28 é um emblemático compêndio que traz uma série de bênçãos e maldições anunciadas por Deus através de Moisés, no qual diz que se obedecermos seus mandamentos, seremos abençoados, do contrário, se não cumprirmos todos seus estatutos (v. 15), estaremos ferrados.
Fica definida com clareza a existência dentro da lei judaica da maior e mais comum dentre todas as doutrinas religiosas, a do Karma.
Espalhado por praticamente todas as religiões conhecidas, o Karma faz parte de uma série de preceitos budistas, hinduístas e de demais sistemas de pensamentos originários na Índia, que expressam o conjunto de ações dos homens e suas conseqüências.
Embora esta seja uma doutrina comum e que se assemelha, inclusive, a lei da física “Para toda ação existe uma reação“, ela não está de forma alguma alinhada com o Evangelho de Cristo.
Já faz 500 anos que a igreja institucional foi abalada (e reformada) com a revelação de que a salvação se dá pela fé. Foi Lutero que trouxe de volta esta compreensão, mas como todo vinho novo colocado em odre velho se perde, parece que a igreja perdeu novamente esta preciosa revelação.
Tempos depois, John Wesley, em uma de suas mensagens chamada “Salvação pela Fé”, trouxe novamente este ensino baseado no clássico versículo de Efésios 2:8, que diz: “Pela graça sois salvos, mediante a fé”.
Na mensagem, ele ainda afirmou que boas obras acompanham naturalmente a vida de um renascido, mas é importante notar que nenhuma obra pode ser de fato originada no homem. Paulo disse que “Ele (Deus) não é servido por mãos de homens, como se necessitasse de algo, porque ele mesmo dá a todos a vida, o fôlego e as demais coisas”. Atos 17:25.
Esse princípio se reafirma cabalmente em Filipenses 2:13, que diz “pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele”.
Quero deixar claro que toda doutrina baseada em obras, do tipo “faça tal coisa e receba isto como resultado”, é fruto de pensamento pagão, é resultado da doutrina do Karma e, portanto, é incoerente com nosso tempo e com esta dispensação que se baseia na Graça.
Não há nada que possamos fazer por Deus ou por Jesus, pelo contrário, tudo já foi feito e todas as Obras já estão consumadas (tetelestai!).
Da mesma forma, a afirmativa de que alguém ou uma terra está sob céus de bronze não encontra o menor embasamento bíblico que tenha coerência com a Nova Aliança. Visto que vivemos numa estação em que as bênçãos de Deus são espirituais e, portanto, podem se manifestar em qualquer conjuntura, cultura ou condição é inadmissível que proclamemos maldição de uma pessoa ou lugar baseado em doutrinas descontextualizadas.
Ora, os céus estão abertos sobre toda a humanidade desde o batismo do Senhor, no Jordão, conforme está escrito em Mateus 3:16 (quem tem ouvidos, ouça).
O que falta a muitas pessoas no mundo é o conhecimento da Verdade que liberta, a qual é plenamente capaz de trazer à tona na vida de qualquer pessoa esse estado espiritual.
Não existe mais um céu de bronze, mas um capacete de bronze sobre cada pessoa que carece do conhecimento da Verdade. O Evangelho de Cristo é poderoso para reconciliar pecadores com Deus Pai, curar as enfermidades dos doentes, libertar os prisioneiros da mentira e do ódio e ainda restaurar vidas e lugares arruinados pelo Mal.
Se a maldição perdura, não é culpa de Deus, pois Ele já a quebrou no sacrifício de Seu Filho. A culpa é da Igreja que ignora suas mais profundas e basilares verdades.

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