“acredita-me, vem a hora em que não adorareis o Pai, nem neste
monte nem em Jerusalém. Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o
que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora, e já
chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito
e verdade e são esses adoradores que o Pai deseja. Deus é espírito, e
os seus adoradores devem adorá-lo em espírito e verdade”.
João 4:21-24
A inauguração da Nova Aliança trouxe consigo uma nova via de
relacionamento com Deus. Fórmulas, rituais, receitas, rezas, músicas e
modelos consagrados no passado judaico não fazem mais o menor sentido na
adoração bíblica para este tempo e dispensação.
Através de uma espiritualidade renovada – que independe de lugares,
iniciações, palavras mágicas ou mantras – nos relacionamos em adoração
com Deus, através de seu Espírito, pelo conhecimento da Verdade.
A busca por lugares sagrados, experiências de transcendência,
profetas e gurus poderosos não passa de uma prática carnal que visa o
convencimento da psique humana. Fazendo uso de uma série de práticas,
disciplinas e ritos, muitos esperam (equivocamente) conquistar novos
degraus na escalada da presença de Deus.
No meio dessa parafernália ritualista, encontram-se as cada vez
maiores e mais comuns peregrinações a Jerusalém, as quais, mesmo sendo
um erro crasso de interpretação das Escrituras e de nosso Tempo
espiritual, seriam completamente inúteis, não fosse seu precioso caráter
turístico e histórico.
Sei do desafio que é pregar essa verdade a uma geração extremamente
apegada ao que vê, ao que sente e que procura meios de impressionar sua
própria alma, mas sinto que é fundamental, pelo menos tentar quebrar
esse paradigma antiquado e anti Cristo para este tempo, apesar do mesmo
estar na moda e gerar extraordinária renda para seus apóstolos
empreendedores.
Primeiramente, Jesus diz que não se adora a Deus nem no antigo Monte
Sagrado, nem em Jerusalém. O que passou, passou. Aconteceu, Deus fez, se
manifestou, mas sua semeadura não mais está conectada a geografias.
Quando o Senhor começou a explicar a “Parábola do Semeador” aos
discípulos, Ele diz: “Eis por que lhes falo em parábolas: para que, vendo, não vejam e, ouvindo, não ouçam nem compreendam”. Mateus 13:13 e logo depois, declara: “O que semeia, semeia a palavra”. Marcos 4:14 e, por fim, “a terra boa semeada é aquele que ouve a palavra e a compreende”. Mateus 13:23.
Ou seja, não são campos de verdade, são pessoas e não são sementes de
feijão, é a Palavra. Os terrenos, tipos de solos e geografias não
passam de metáforas utilizadas para ensinar princípios espirituais.
O foco divino está espalhado de tal forma sobre o planeta Terra que
não existem fronteiras para sua Obra e propagação de sua mensagem, pois
tudo se dá na dimensão espiritual.
Sobre os rituais das peregrinações, Amós já advertia milênios atrás, dizendo “irão
errantes de um mar até outro mar, e do norte até ao oriente; correrão
por toda a parte, buscando a palavra do SENHOR, mas não a acharão”. Amós 8:12.
Uma antiga versão da Bíblia diz “andarão vagabundos de um mar a outro mar”.
Fato é que tem um monte de gente vagando por aí, perdida, procurando
por Deus em Bogotá, Toronto, Seul e Jerusalém, mas Ele nunca está lá,
pois nunca se satisfazem com as águas de poços cavados por homens e a
sede sempre volta.
Logo depois, Jesus continua “a salvação vem dos judeus. Mas vem a
hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai
em espírito e verdade”.
Ele se manifestou aos Judeus e cumpriu todo seu propósito para um
tempo entre eles. A importância do povo judeu para a história da
humanidade e para a realização do projeto de Deus na Terra é
inquestionável. Sabemos que as Escrituras narram sobre outras obras a
serem realizadas especificamente na vida daquele povo, contudo, neste
tempo – o texto diz já chegou a hora – os verdadeiros adoradores, hão de
adorar o Pai em espírito e em verdade, estejam eles na Jordânia ou na
Amazônia, em Jerusalém ou em Jaguarão.
Não é num lugar específico, é no Espírito! Não é em Jerusalém geográfico, mas no interior de cada filho.
Por fim, o Senhor disse que ”Deus é espírito, e os seus adoradores devem adorá-lo em espírito e verdade” e isto quer nos mostrar que todo o processo do relacionamento entre os homens e Deus ocorre através de dois condutores:
1) a Verdade, que é a revelação perfeita, a expressão exata do conceito de Deus para a humanidade e;
2) o Espírito, que é a pessoa de Deus habitando dentro de cada filho
adotado. O Espírito de adoção, que nos torna filhos pelo poder de Deus
para a ressurreição dos mortos, nos reaviva e nos faz capazes de nos
relacionar com Ele em ressurreição, ou seja, em um novo e revolucionário
conceito de vida.
Por esta razão, necessitamos urgentemente rechaçar todo o
conhecimento carnal, toda tradição que contraria a revelação Bíblica
trazida por Cristo. Veja bem, o Antigo Testamento só tem sentido pra nós
hoje, se tiver o crivo da revelação do Bispo das nossas almas, que é
Jesus. Precisamos que Ele nos conduza aos lugares onde devemos ir e
temos o dever, por conta de uma fiel interpretação da Palavra, de
comparar todas as doutrinas que recebemos com as Palavras do Mestre,
seus procedimentos e as direções para onde aponta.
Isto não quer dizer que devemos olhar para o Jesus histórico, pois quanto a isto, Paulo disse “se antes conhecemos Cristo segundo a carne, já agora não o conhecemos deste modo”,
em II Coríntios 5:16, mas sim devemos adentrar numa dimensão de
relacionamento com Deus, através do Espírito e da Verdade, trazidos à
luz pela pessoa do Espírito Santo, que foi legado por Jesus para sua
Igreja.
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